A expropriação parcial da YPF foi uma das mudanças mais importantes no Estado durante a pósconversibilidade. O objetivo deste artigo é analisar a forma que essa intervenção assumiu. Para tanto, consideramos sua articulação com duas dimensões: de um lado, os desafios colocados pela exploração de formações geológicas mais complexas em um contexto de avançada internacionalização dos capitais petrolíferos; por outro, as condições gerais de intervenção estatal, dadas pelas contradições da «estratégia de acumulação» na pós-conversibilidade. O trabalho tenta demonstrar que a recuperação do controle da YPF adquiriu um caráter paradoxal. Embora o Estado tenha se levantado mais uma vez como garantidor político da provisão de energia na esfera doméstica, isso só poderia ser alcançado pela validação da produção de hidrocarbonetos como valores subordinados à concorrência internacional.