Brasil
The research attempts to unravel the dialectical relationship between democracy and globalization, in a symbiotic process that involves a series of actors, state and non-state, that interact and influence each other. The essay addresses the historical contextualization of the democratic process, from the direct democracy of greek antiquity, resurging after two thousand years, under the paradigm of representative democracy, evolving today to semi-indirect democracy. Next, the study reports the diverse ideological perspectives on democracy, as well as the obstacles faced in the process of democratization in the globalized society. It analyzes the historical panorama of globalization, especially from the second half of the 1980s, with the emergence of new communication and information technologies, the reduction of the costs of means of transport, the development of the internet and a marked global economic interdependence, when this phenomenon has gone from a strictly economic dimension to a broader and deeper reality, which includes science and technology, social, political and cultural relations. Highlights the possibility of relativizing state sovereignty in the face of the multifaceted interdependence of the globalization process, concluding that the process of expanding democracy must necessarily be conditioned to the reduction of social disparities, since democratic principles are too innocuous when democracy is reduced to the simple political regime. Furthermore, history has shown that extreme social inequalities work as a limiting factor in the solidifying process of world democracy.
A pesquisa intenta deslindar a relação dialética entre a democracia e a globalização, num processo simbiótico que envolve uma série de atores, estatais e não estatais, que se interagem e se influenciam reciprocamente. O ensaio aborda a contextualização histórica do processo democrático, desde a democracia direta da antiguidade grega, ressurgindo após dois mil anos, sob o paradigma de democracia representativa, evoluindo hodiernamente para a democracia semi-indireta. A seguir, o estudo relata as diversas perspectivas ideológicas sobre a democracia, bem como os entraves enfrentados no processo de democratização na sociedade globalizada. Analisa o panorama histórico da globalização, sobretudo a partir da segunda metade da década de 1980, com o surgimento de novas tecnologias de comunicação e informação, com a redução dos custos dos meios de transporte, o desenvolvimento da internet e uma acentuada interdependência econômica mundial. A partir de então, aludido fenômeno passou de uma dimensão restritamente econômica, a uma realidade mais ampla e profunda, a qual inclui a ciência e tecnologia, as relações sociais, políticas e culturais. Destaca a possibilidade da relativização da soberania estatal diante da interdependência multifacetada do processo de globalização, concluindo que o processo da ampliação da democracia deve, necessariamente, estar condicionado à redução das disparidades sociais, uma vez que os princípios democráticos ficam demasiadamente inócuos quando a democracia é reduzida à simples regime político. Outrossim, a história tem demonstrado que extremas desigualdades sociais funcionam como um fator limitativo do processo solidificador da democracia mundial.