A pesquisa debate sobre as ideologias históricas transmitidas pela cinematografia, que causam a perda de sentido, insensibilidade e o enrijecimento intelectual pela ausência de (auto)crítica. Assim, o presente estudo, de caráter hermenêutico, propõe olhar as concepções de gênero e sexualidade veiculadas pelo cinema, na tentativa de rever suas repercussões na experiência do pensar educacional. Os problemas partilhados precisam de uma sensibilidade atenta e crítico-reflexiva frente às produções, para resistir à disseminação de desigualdades, exclusões e preconceitos, única forma de gerar novas compreensões, romper com os modismos e fazer desse dispositivo um veículo agregador de experiências humanizadoras da prática social. Subjacente às produções cinematográficas, sobrevive o domínio da indústria cultural, que em sua lógica de mercado promove a repetição de discursos até que se transformem em verdades apassivadoras frente ao mundo. Nesse cenário de determinações, marcado pela reprodutibilidade técnica, evidenciamos neste estudo que há uma pequena resistência da indústria cinematográfica, que descortina paradigmas de gênero e sexualidade, evidenciando questões contemporâneas. Concluímos que esses artefatos tecnológicos na educação precisam ser explorados sob pena dos processos de ensino não reproduzirem o pensar excludente, preconceituoso e uniformizador, insensível ao outro e à pluralidade de experiências, como caminho profícuo à reeducação que potencializa as diferenças humanas.