As obras cinematográficas nos oferecem rica matéria-prima para novos entendimentos de mundo, de cultura e de linguagens que podem ser reconstruídos em diferentes contextos, bem como lançam questões sensíveis e ambíguas, que surgem como inquietações para aprender a pensar sobre a violência institucionalizada. Por meio de uma abordagem hermenêutica, interpretamos e compreendemos a série Game of Thrones como uma possibilidade de estabelecer um contraponto às complexas dinâmicas da violência física na arena social, pois há questões técnicas vinculadas ao mercado subjacentes ao filme que nos provocam reflexões sobre os problemas pungentes na vida contemporânea. A educação, nesse sentido, possui uma dimensão política de desafiar com a própria obra cinematográfica os padrões instituídos, viabilizando novos debates à reeducação dos modos de agir massificados e violentos, a fim de respeitar e valorizar as diferenças socioculturais. Somente por um caminho de infindável reconciliação com o outro em suas diferenças e conflitos sociais poderemos superar o sentimento individualista diante da violência e das permanentes relações controversas e conflitos que nos assolam. Os resultados indicam que é preciso levar em consideração a forma institucionalizada em que a educação se concretiza como apropriação de conhecimentos da indústria cultural, para superar as obviedades e banalidades do mundo e instaurar diálogos educativos menos opressores, apassivadores e conformistas, articulando projetos sociais contra a reincidência ou perpetuação das violências comercializadas e outros tipos de barbárie na escola.