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O artigo busca compreender a atuação do estudante da pós-graduação, tendo como foco o desenvolvimento de elementos constitutivos do habitus acadêmico-científico. A pesquisa apresentou natureza quali-quantitativa e foi realizada em duas universidades públicas. Os participantes da pesquisa responderam um questionário on-line e uma entrevista semiestruturada. Elementos da origem cultural e social dos agentes são evidenciados em suas trajetórias escolares, ações, estratégias e posições hierárquicas estabelecidas no campo da pós-graduação. A concepção da educação como possibilidade de ascensão e manutenção social está presente no ideário das famílias. Os estudantes pertencentes às classes desprivilegiadas culturalmente se esforçaram para se adequarem ao capital cultural e escolar dominantes. Os estudantes que possuem privilégios sociais utilizam o capital cultural incorporado por suas famílias como estratégia para manutenção no campo. Os resultados indicam a construção de uma nova configuração cultural no âmbito universitário em que o processo de construção do habitus do estudante é mediado pelas múltiplas relações sociais e institucionais estabelecidas no campo acadêmico-científico, trazendo, assim, implicações na socialização dos estudantes.
