Para contribuir com o debate sobre os intelectuais recorremos a dois sociólogos, distanciados um do outro cerca de um século: Émile Durkheim (1858-1917) e Pierre Bourdieu (1930-2002). O primeiro preconiza a relação entre uma “moral individualista” e o papel do intelectual. Esta reflexão integra o conjunto de suas apostas na coesão social e na moral laica, indispensáveis à promoção do progresso e da ordem nas sociedades em processo crescente de diferenciação. A perspectiva de Bourdieu volta-se à necessidade de “reinventar uma espécie de intelectual coletivo segundo o modelo do que foram os enciclopedistas”. Segundo ele, um novo desafio se impõe ao intelectual coletivo: mobilizar a ciência, e a sociologia em particular, na luta contra os usos abusivos da própria ciência e da autoridade científica. As ideias destes pensadores oferecem chaves de leitura que inspiram o desenvolvimento de uma sociologia histórica voltada à educação no pensamento social brasileiro.