Genoa, Italia
Los recortes en la investigación, en particular en la social, generan cada tanto peticiones y advertencias de las principales asociaciones científicas internacionales. Al respecto, surgen las siguientes preguntas: ¿Cuáles son las consecuencias y los desafíos que plantea la reducción de los recursos disponibles para fines de investigación? ¿Los grandes volúmenes de datos (big data) pueden ser una respuesta, una solución, una forma de acceder a la información de una manera rentable? ¿O aumentarán la brecha entre universidades ricas y pobres y el nivel de desigualdad entre los investigadores? ¿Los grandes volúmenes de datos son una manera de sentar las bases de la sociedad de la información y del conocimiento, vislumbrado en las últimas décadas? ¿La importancia creciente de los grandes volúmenes de datos en la investigación se acompaña de problemas que aún no están totalmente claros? Estas preguntas llevan a plantear el objetivo de este trabajo, orientado a profundizar, por un lado, en el tema del acceso a la información. Los sociólogos estaban acostumbrados a recolectar datos preguntando y observando. Ahora enfrentan el surgimiento de un nuevo tipo de gatekeeper, privado, que no tiene ningún vínculo con la distribución de la información y que puede determinar el acceso en consideración del tipo de investigación y de sus preguntas. Por otro lado, en el artículo se considera el tema de los recursos disponibles para la investigación social hoy: a menudo se habla de los big data como si su característica intrínseca fuera su gratuidad, pero casi nunca se mencionan sus costos y los fondos necesarios para el acceso o para instalar un centro de conservación de estos. Como último punto, se analiza uno de los recursos más importantes disponibles para la investigación social: la capacidad de hacer (buenas) preguntas y la importancia de contar con un aparato teórico, componente que sigue vigente en la época de los big data.
Cuts to research and in particular to social research periodically provoke petitions and warnings by the main international scientific associations. What are the consequences and challenges posed by the reduction in resources available for research purposes? Can big data can be an answer, a solution, a way to access information in a cost-effective way? Or may they increase the gap between rich and poor universities and the levels of inequality between researchers? Is it a way to finally lay the foundations of the information and knowledge society, glimpsed in recent decades, or will the growing importance of big data in research be accompanied by problems still not entirely clear? The main task of this work is to clarify the way we access data today. We sociologists were used to getting our information by asking, observing, and so on. Nowadays, we are facing a new type of gatekeeper, a private gatekeeper who has no connection with the distribution of information and who can determine access to data based on the type of research questions. Further, we have to consider the resources at the disposal of social research today. Big data are often discussed as if theiy possessed theinnate property of being free of charge, and seldom do we hear of their costs or about the funding necessary to get the information or to launch a new database. This last point will concern one of the most important resources at our disposal: the ability to think up (good) questions and the importance of being able to rely on a theoretical system. Theories are still important even in the time of big data.
Os recortes na pesquisa, em particular na social, geram petições e advertências das principais associações científicas internacionais. A respeito disso, surgem as seguintes perguntas: quais são as consequências e os desafios que a redução dos recursos disponíveis para fins de pesquisa apresentam? Os grandes volumes de dados (big data) podem ser uma resposta, uma solução, uma forma de acessar a informação de uma maneira rentável? Ou aumentarão a brecha entre universidades ricas e pobres e o nível de desigualdade entre os pesquisadores? Os grandes volumes de dados são uma maneira de estabelecer as bases da sociedade da informação e do conhecimento vislumbrado nas últimas décadas? A importância crescente dos grandes volumes de dados na pesquisa está acompanhada de problemas que ainda não estão totalmente claros? Essas perguntas levam ao objetivo deste trabalho, orientado a aprofundar, por um lado, no tema do acesso à informação. Os sociólogos estavam acostumados a coletar dados perguntando e observando. Agora, enfrentam o surgimento de um novo tipo de gatekeeper, privado, que não tem nenhum vínculo com a distribuição da informação e que pode determinar o acesso em consideração do tipo de pesquisa e de suas perguntas. Por outro lado, neste artigo, considera-se o tema dos recursos disponíveis para a pesquisa social hoje: com frequência se fala dos big data como se sua característica intrínseca fosse sua gratuidade, mas quase nunca se mencionam seus custos e os fundos necessários para o acesso ou para a instalação de um centro de conservação destes. Como último ponto, analisa-se um dos recursos mais importantes disponíveis para a pesquisa social: a capacidade de fazer (boas) perguntas e a importância de contar com um aparato teórico, componente que continua vigente na era dos big data.