Este artículo es una reflexión sobre las principales características institucionales de las nuevas universidades que surgieron en Brasil en los gobiernos de Luis Inácio Lula da Silva (2002-2010), con continuación en el primer gobierno de Dilma Roussef (2011-2014). Representan, en nuestra opinión, una "transgresión" relativamente a los modelos convencionales de la universidad que se implementaran en Brasil (napoleónico, Humboldtiano y US) y una respuesta nacional contra hegemónica a las líneas estructurantes (conceptuales y políticas) de un proceso más amplio de reconfiguración de la educación superior en el mundo contemporáneo, cuyo modelo ideal más acabado es las world class university. Tomamos como estudios de caso para este debate, las universidades federales multicampi en Fronteira Sul (UFFS), con sede en Chapecó, Santa Catarina, y la Universidad del Sul de Bahia (UFSB), con sede en Itabuna, Bahia, dado que son instituciones que tienen compromiso con la inclusión de los grupos de población de las escuelas públicas, las minorías y los territorios excluidos históricamente de la educación superior pública, grupos étnicos y sociales minoritarios, colocándose así al servicio del segmento de la población históricamente oprimida teniendo a la vista la promoción de la inclusión de otros territorios, culturas y epistemologías. Defendemos en este texto la tesis de que los nuevos modelos se encuentran cerca de un punto de vista popular de la educación superior, tanto desde el punto de vista de sus matrices institucionales y curriculares o de sus políticas de inclusión, que van más allá de la política de acceso; en este punto, presentan nuevas oportunidades para los históricamente excluidos de la educación superior y representan un reto teniendo en cuenta la afirmación de la calidad de la educación superior. El texto se basa en el análisis de los datos públicos disponibles en las páginas on line de estas universidades y en entrevistas con pro-rectores realizadas en el ámbito del proyecto “Observatorio de la Universidad Popular en Brasil”, desarrollado por el Programa de Posgrado en Educación (PPGE) de la Universidad Nove de Julho (Uninove).
This paper is a reflection on the new university models that emerged in Brazil from government of Luis Inácio Lula da Silva (2002-2010), continued from the former government of Dilma Roussef. In our view, they represent a “transgression” in relation to the classic models of the university and a national response against the hegemonic lines of power (conceptual and political) of a wider process of reconfiguration of higher education in the contemporary world. We take as case studies for this debate the federal universities of Fronteira Sul (UFFS), based in Chapecó, Santa Catarina, and Sul da Bahia (UFSB), based in Itabuna, Bahia, because they are institutions that assume commitments with the ecology of knowledge (Santos, 2004; Benincá, 2011) and with the omnilateral cognitive democracy (Romão, 2013), which places the university at the service of historically oppressed populations and promotes the inclusion of other territories, cultures and epistemologies. In their founding documents both institutions claim the condition of radically democratic and strongly inclusive universities, as well as proposing a focus on regional integration. We defend the claim that such models are close to a popular perspective of higher education, from the point of view of its institutional and curricular matrices or their inclusion policies. This text is guided by the analysis of data collected with research professors of the project “Monitoring the Popular University in Brazil,” developed by the Program of Graduate Studies in Education, University Nove de Julho (PPGE-Uninove).
Este artigo é uma reflexão sobre as principais características institucionais das novas universidades que emergiram no Brasil a partir dos governos Luís Inácio Lula da Silva (2002-2010), com prosseguimento no primeiro governo Dilma Roussef (2011-2014). Elas representam, a nosso ver, uma “transgressão” relativamente aos modelos clássicos de universidade que foram implantados no Brasil (napoleônico, humboldtiano e estadunidense) e uma resposta nacional contra hegemônica às linhas de força (conceituais e políticas) de um processo mais amplo de reconfiguração da educação superior no mundo contemporâneo, que tem como tipo ideal a chamada world class university. Tomamos, como casos em estudo para este debate, as universidades federais multicampi da Fronteira Sul (UFFS), sediada em Chapecó, Santa Catarina, e do Sul da Bahia (UFSB), sediada em Itabuna, Bahia, pelo fato de serem instituições que assumem compromissos com a inclusão de segmentos populacionais oriundos de escolas públicas, de minorias étnico-sociais e de territórios historicamente afastados do ensino superior público, colocando-se, desse modo, ao serviço de segmentos da população historicamente oprimidos. Defendemos, neste texto, a tese de que tais instituições aproximam-se de uma perspectiva popular de educação superior, quer do ponto de vista das suas matrizes institucionais e curriculares, quer de suas políticas de inclusão, e que vão além do acesso a vagas; nesse passo, apresentam as necessárias condições de possibilidade para o enfrentamento do desafio da qualidade e a consolidação do sistema nacional de educação superior. O texto está pautado na análise de dados públicos disponibilizados nas páginas dessas universidades e de entrevistas com pró-reitores realizadas no âmbito do Projeto “Observatório da Universidade Popular no Brasil”, desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Nove de Julho (PPGE-Uninove).