Historicamente o MST vem lutando, debatendo e organizando a escolarização de ensino médio e profissionalizante no campo em função da presença de jovens nos assentamentos de reforma agrária e do déficit desse nível educacional no campo brasileiro. A luta é por uma formação que propicie o acesso ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade, associado à formação política. Nesse sentido, insere-se também a formação profissional, resultante da necessidade material de formar para a produção nos assentamentos, considerando uma matriz de produção que faça frente àquela defendida pelo capital. O texto problematiza essas questões analisadas em uma pesquisa de mestrado e outra de doutorado que abordaram três experiências vinculadas ao MST no âmbito do ensino médio e profissionalizante: o Curso Integrado Médio Técnico em Agroecologia, no Centro de Formação Socioagrícola Dom Helder Câmara; o Ensino Médio do Colégio Estadual Iraci Salete Strozak, localizado no Assentamento Marcos Freire; e, neste mesmo local, a experiência do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Considerando a juventude no contexto atual e, especificamente aquela presente nos assentamentos vinculados ao MST, buscouse analisar criticamente os limites e as possibilidades da educação escolar na contribuição para uma formação emancipadora, concluindo que esta agência formativa, a despeito de seus limites, tem sua contribuição na luta da classe trabalhadora para a superação das relações sociais de produção capitalista.