Marajane de Alencar Loyola, Simone Rosiane Corrêa Araújo, Angela Fernanda Santiago Pinheiro, Magda Lima de Oliveira, Natália Costa Silva, Deivson Ferreira Gonçalves, João Vitor Dias de Souza, Ayssa Oliveira Silva
Os relacionamentos afetivos passaram por transformações significativas ao longo do último século, marcados por mudanças sociais, culturais e subjetivas que reconfiguram os vínculos amorosos. O casamento tornou-se mais tardio e, em muitos casos, transitório; a virgindade perdeu a centralidade nos rituais afetivos e o sexo adquiriu maior desprendimento, sendo vivenciado sem compromisso. A decisão de ter filhos deixou de ser uma obrigatoriedade, tornando-se uma escolha individual. Na contemporaneidade, há uma valorização das experiências imediatas e da busca por sensações. Apesar dessas transformações, a família permanece como estrutura essencial para a socialização e construção dos vínculos afetivos, desempenhando um papel determinante na formação emocional. A identificação com os modelos familiares — tanto ativa quanto passiva — exerce influência direta na escolha de parceiros afetivo-sexuais. As escolhas modernas refletem uma mescla de heranças familiares e ideais próprios de uma sociedade mais pluralista, onde normas rígidas foram substituídas por possibilidades mais flexíveis. A escolha do parceiro envolve fatores conscientes e inconscientes, sendo influenciada pela bagagem emocional e sociocultural de cada indivíduo. Modelos de amor aprendidos na família de origem, dinâmicas de afeto e sexualidade, bem como expectativas em torno de relacionamentos, atuam como elementos estruturantes desse processo. A percepção do amor e das formas de conexão é moldada por essas interações, contribuindo para a construção de relações afetivas que carregam a singularidade de cada trajetória pessoal. A análise da escolha de parceiros afetivos revela a importância de compreender os processos envolvidos nas carências afetivas. Essa abordagem permite uma ampliação do entendimento sobre os relacionamentos conjugais, fornecendo bases para o fortalecimento de vínculos mais conscientes, saudáveis e duradouros.