Renata Baldo Rodrigues Carvalho, Mayara Bocchi, Marianna Vaz Rodrigues, Júlio de Mello Neto, Ana Cláudia Swarça, Didier Quevedo Cagnini, Raphaella Barbosa Meirelles Bartoli, Joyce Cristina Freitas, David Michel de Oliveira, Eduardo Vignoto Fernandes
Embora a aquicultura esteja em desenvolvimento de forma contínua e exponencial, alguns riscos podem acontecer, como surgimento de doenças e carrear contaminantes químicos, tanto para fauna ictica quanto em humanos. Frente a isso, os peixes são indicadores de contaminação, uma vez que podem apresentar alterações branquiais, uma vez que é um dos tecidos que entram em contato direto com o ambiente aquático. Com isso, o presente estudo objetivou detectar as alterações branquiais de Oreochromis niloticus em indivíduos juvenis, intermediários e adultos criados em tanques-rede, em dois rios localizados no norte do estado do Paraná, e correlacionar essas alterações com alterações do ambiente. O estudo coletou 168 tilápias do Nilo nos meses de maio, agosto e novembro de 2010 e fevereiro de 2011. Após eutanásia, foi feita biometria, coleta e análise histopatológica. As alterações microscópicas mais frequentes encontradas foram congestão sanguínea, dilatação marginal, fusão lamelar e hipertrofia das células epiteliais. Não foi observada diferença estatística quanto aos meses do ano (p>0.05), porém a lesão foi diferente estatisticamente entre as fases de criação (p<0.05) nas pisciculturas analisadas. Estudos publicados também encontraram as mesmas lesões em situações de contaminação química na água, porém não foi encontrada nenhuma referência que aborde o motivo de grau de lesão quanto à fase de produção dos peixes. A tilápia se mostrou um indicador de contaminação ambiental em rios do Paraná e as lesões branquiais observadas podem ser usadas como biomarcador de contaminação aquática nessa espécie para monitoramento da qualidade da água.