Brasil
The question that moves the present article is to expose, from a symbolic, political and practical perspective, the effects of a discursive synergy, among the state administrations of Rio de Janeiro and São Paulo and the Bolsonaro administration, in relation to police lethality as public security police. Initially are examined some quantitative and qualitative elements of police lethality in Rio de Janeiro and São Paulo, after the redemocratization. Next, it is exposed a relation between discursive alignment and practical effects in police lethality, on a context which, despite disputes in the traditional political arena, Witzel administration, Doria administration and Bolsonaro administration replicates an approach of support of police violence as public security tool. At last is presented, as final considerations, a scenario of formation of a political body that reproduces a and is obsessive with a bloody logic as something capable of reach an imagined sense of security and total liberation of violence and crime, in a way that the death of the other by the police assume the collective meaning of symbolic, political and practical attachment to barbarism as criminal policy.
O problema que move o presente artigo é o de expor quais os efeitos simbólicos, políticos e práticos de uma sinergia discursiva dos governos estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo com o administração federal do Governo Bolsonaro, no que tange à letalidade policial como política de segurança pública. Inicialmente são examinados alguns elementos quantitativos e qualitativos da letalidade policial no Rio de Janeiro e em São Paulo, depois da redemocratização. Em um segundo momento é exposta a relação existente entre sinergia discursiva e efeitos simbólicos, políticos e práticos na letalidade policial, em um contexto no qual, a despeito de disputas na arena política tradicional, as administrações estaduais do Governo Witzel e do Governo Doria e a administração federal do Governo Bolsonaro reproduzem uma mesma lógica de apoio à violência policial enquanto ferramenta de segurança pública. Por fim é apresentado, a título de considerações finais, um cenário de formação de um corpo político reprodutor de e obsessivo por uma lógica sanguinária, imaginada como uma tática capaz de alcançar uma sensação de segurança e libertação total da violência e do crime, de modo que a morte do outro pela polícia assume um significado coletivo de adesão simbólica, política e prática à barbárie enquanto política criminal.