Ludimila Silva Castro Marçal, Vinícius Dirlan Rodrigues Pinto, Cilene Aparecida de Souza Melo, Danillo dos Santos Silva, Alexandro Júlio Rodrigues da Silva Junior, Benedito Greg Cardoso Damasceno, Paulo Sérgio dos Anjos Cardoso Filho, Yann Oliveira Silva
A Violência Obstétrica (VO) representa um sério problema de saúde pública no Brasil, pois todas as suas manifestações convergem para a objetificação e o desrespeito ao binômio mãe-filho. Apesar da gravidade da situação, fatores culturais profundamente enraizados na sociedade contribuem para que essa violência seja banalizada e interpretada como algo “natural”. Este estudo teve como objetivo analisar, por meio da literatura nacional e internacional, a problemática da VO e sua naturalização no contexto sociocultural brasileiro. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, contemplando publicações entre 2010 e 2023. As bases utilizadas para coleta de dados foram LILACS, PubMed e SciELO. Os resultados evidenciam que as práticas mais frequentemente citadas incluem abusos verbais, procedimentos dolorosos e desnecessários, além da omissão da opinião da gestante durante o parto. Observou-se também que o perfil das vítimas é, majoritariamente, composto por mulheres em situação de vulnerabilidade social. Conclui-se que a VO ainda é amplamente normalizada por discursos institucionais e sociais, expressando-se em falas e condutas marcadas por uma cultura patriarcal, pela ideologia de gênero e pela naturalização de desigualdades sociais. Assim, o enfrentamento dessa violência exige o rompimento com padrões culturais que legitimam tais práticas, além da valorização de abordagens humanizadas no cuidado obstétrico.