Nildo da Silva Dias, Alison Rocha de Aragão, Alexandre de Oliveira Lima, Márcia Regina Farias da Silva, Alisson Gadelha de Medeiros, Leonardo Ângelo Mendonça, André Castro Ribeiro, Rogério Taygra Vasconcelos Fernandes, Vania Christina Nascimento Porto
As tecnologias sociais de convivência com o semiárido implementadas no Nordeste a partir de 2003 foram importantes para o desenvolvimento econômico e social territorial, especialmente no que se refere à disponibilidade hídrica para diversos fins, incluindo o consumo humano e a atividade agrícola. Essas políticas, denominadas de tecnologias sociais de convivência com o semiárido, viabilizaram nas propriedades familiares do semiárido brasileiro a construção de pequenos reservatórios para abastecimento hídrico utilizando, principalmente, a técnica de captação e armazenamento de água de chuva, fortalecendo a produção familiar. Estas políticas resultaram em mudanças significativas na qualidade de vida, redução das desigualdades sociais e da pobreza extrema no meio rural. Neste artigo, são descritas as diferentes tecnologias sociais de convivência com o semiárido brasileiro que promoveram a democratização da água, a sua importância para segurança hídrica e a soberania alimentar, bem como as perspectivas de uso e apropriação destas tecnologias pelos agricultores. Os resultados mostram que as tecnologias sociais de convivência com o semiárido são exemplos de transformação da realidade social, especialmente para erradicação da pobreza e extrema pobreza, fome zero e agricultura sustentável.