As tecnologias sociais de convivência com o semiárido implementadas no Nordeste a partir de 2003 foram importantes para o desenvolvimento econômico e social territorial, especialmente no que se refere à disponibilidade hídrica para diversos fins, incluindo o consumo humano e a atividade agrícola. Essas políticas, denominadas de tecnologias sociais de convivência com o semiárido, viabilizaram nas propriedades familiares do semiárido brasileiro a construção de pequenos reservatórios para abastecimento hídrico utilizando, principalmente, a técnica de captação e armazenamento de água de chuva, fortalecendo a produção familiar. Estas políticas resultaram em mudanças significativas na qualidade de vida, redução das desigualdades sociais e da pobreza extrema no meio rural. Neste artigo, são descritas as diferentes tecnologias sociais de convivência com o semiárido brasileiro que promoveram a democratização da água, a sua importância para segurança hídrica e a soberania alimentar, bem como as perspectivas de uso e apropriação destas tecnologias pelos agricultores. Os resultados mostram que as tecnologias sociais de convivência com o semiárido são exemplos de transformação da realidade social, especialmente para erradicação da pobreza e extrema pobreza, fome zero e agricultura sustentável.