Argentina
En este artículo sostendremos que el triunfo del mileísmo se alimentó de una transformación sociolaboral que ocurrió en los sectores medios y populares argentinos que vivieron el estancamiento económico de los últimos diez años junto con la crisis de la pandemia, las restricciones de la cuarentena, la reconfiguración del mundo laboral y la espiralización de la inflación. A la victoria de Milei le precede un cambio socio laboral y cultural, un cambio en la sociedad que encontró un actor capaz de performatizar los reclamos de una mayoría que creció a espaldas de y contra la representación política tradicional: la emergencia de una sensibilidad popular que llamamos “mejorismo”. Nuestra tesis es que una de las sedes cruciales de la sensibilidad “mejorista” son las juventudes con trabajos informales y que el triunfo electoral de Milei y la consolidación inesperada de su gobierno se deben en gran parte a que el “mejorismo”, que es parte del apuntalamiento electoral de Milei, es también el sostén del gobierno libertario. Sobre la base de un trabajo etnográfico, a lo largo del artículo describimos el “mejorismo” como la sensibilidad popular emergente que afirma la autonomía individual de los sujetos frente al Estado y la política, que cree que el mejor desempeño social posible se logra a través del esfuerzo personal. El artículo explora la relación entre la producción de la subjetividad mejorista y los nuevos liderazgos políticos que dieron lugar a la afinidad ideológica y política entre importantes sectores de las juventudes con trabajos informales y el programa libertario
In this article we will argue that the triumph of Mileism was fueled by a socio-labor transformation that occurred in the Argentine middle and popular sectors that experienced the economic stagnation of the last ten years along with the pandemic crisis, quarantine restrictions, the reconfiguration of the labor world and the spiraling inflation. Milei's victory was preceded by a socio-labor and cultural change, a change in society that found an actor capable of performing the claims of a majority that grew up behind and against traditional political representation: the emergence of a popular sensibility that we call "mejorismo." Our thesis is that one of the crucial sites of the "mejorista" sensibility is the youth with informal jobs and that Milei's electoral victory and the unexpected consolidation of his government are largely due to the fact that "mejorismo," which is part of Milei's electoral support, is also the support of the libertarian government. Based on ethnographic work, throughout the article we describe “mejorismo” as the emerging popular sensibility that affirms the individual autonomy of subjects in the face of the State and politics, which believes that the best possible social performance is achieved through personal effort. The article explores the relationship between the production of “betterism” subjectivity and the new political leaderships that gave rise to the ideological and political affinity between important sectors of youth with informal jobs and the libertarian program.
Neste artigo argumentaremos que o triunfo do mileísmo foi nutrido por uma transformação sóciotrabalhista ocorrida nos setores médios e populares argentinos que vivenciaram a estagnação econômica dos últimos dez anos juntamente com a crise pandêmica, as restrições de quarentena, a reconfiguração do o mundo do trabalho e a espiral da inflação. A vitória de Milei é precedida por uma mudança sóciolaboral e cultural, uma mudança na sociedade que encontrou um ator capaz de cumprir as demandas de uma maioria que cresceu atrás e contra a representação política tradicional: o surgimento de uma sensibilidade popular que chamamos de “mejorismo”. .” Nossa tese é que um dos assentos cruciais da sensibilidade “melhorista” são os jovens com empregos informais e que a vitória eleitoral de Milei e a consolidação inesperada de seu governo se devem em grande parte ao fato de que o “mejorismo”, que faz parte do sistema eleitoral de Milei, apoio, é também o apoio do governo libertário. Com base no trabalho etnográfico, ao longo do artigo descrevemos o “mejorismo” como a sensibilidade popular emergente que afirma a autonomia individual dos sujeitos frente ao Estado e à política, que acredita que o melhor desempenho social possível é alcançado através do esforço pessoal. O artigo explora a relação entre a produção de subjetividade melhorista e as novas lideranças políticas que deram origem à afinidade ideológica e política entre importantes setores da juventude com empregos informais e o programa libertário.