Brasil
Neste artigo apresentamos uma pesquisa bibliográfica focalizada nas contribuições de dois intelectuais da América Latina: José Carlos Mariátegui, quem desde o Peru elaborou, nas primeiras décadas do século XX, um marxismo original latino-americano e José Ángel Quintero Weir, indígena añuu contemporâneo, professor universitário, quem resgata a sensibilidade e cosmovisão dessa etnia para problematizar a educação. Através do estudo da obra desses autores e seus comentaristas, somadas a indagações em materiais audiovisuais, elaboramos uma linha argumental que propõe pensar a emergência de ideias contra hegemônicas que se formam na América Latina, em oposição aos projetos educacionais dos Estados modernos. Essas ideias conformam uma perspectiva à que denominamos indo-americanismo educacional, que reivindica o resgate de uma originalidade distintiva dos povos ameríndios, atravessada por suas formas particulares de conhecer e produzir conhecimento. Através dela, o fazer comunidade, a autonomia e autoformação e o conhecimento de nós mesmos e de nossa história, se constituem em princípios que interrogam a educação contemporânea.
In this article we present bibliographical research focused on the contributions of two Latin American intellectuals: José Carlos Mariátegui, who from Peru elaborated, in the first decades of the 20th century, an original Latin American Marxism, and José Ángel Quintero Weir, a contemporary añuu indigenous, college professor, who rescues the sensitivity and cosmovision of this ethnic group to problematize education. Through the study of the work of these authors and their commentators, added to inquiries in audiovisual materials, we elaborate an argument line that proposes to think about the emergence of counter-hegemonic ideas that are formed in Latin America, in opposition to the educational projects of the modern States. These ideas from a perspective that we call educational Indo-Americanism, which claims the rescue of a distinctive originality of the Amerindian peoples, crossed by their ways of knowing and producing knowledge. Through it, making community, autonomy and self-training and knowledge of ourselves and our history constitute principles that interrogate contemporary education.