Clenia de Jesus Pereira dos Santos, Francisca das Chagas dos Passos Silva, Alexandrina Colins Martins, Carla Ivana Amorim da Silva, Paulo Roberto da Costa, Leandra Luiza Gomes de Menezes, Larissa Maria dos Santos Baia, Silmara Cristina Ferreira Mota
O presente estudo integra uma pesquisa de doutorado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que investiga como os saberes, as lutas e as (re)existências das quebradeiras de coco babaçu da comunidade Pedrinhas, em Itapecuru-Mirim, Maranhão, articulam-se no cotidiano dessas mulheres. O objetivo é analisar as narrativas dessas quebradeiras para compreender de que forma suas lutas e saberes contribuem para a construção de suas trajetórias e para a manifestação de suas (re)existências. A fundamentação teórico-metodológica inclui as narrativas, conforme Jovchelovitch e Bauer (2015); a memória, segundo Portelli (2012); o diálogo com os saberes oriundos das lutas dos movimentos sociais (Gomes, 2017), as reflexões de Collins (2019) sobre as experiências de mulheres negras, e de Oyewùmi (2021) sobre cosmopercepção. Estudos específicos sobre as quebradeiras de coco babaçu, como os de Barbosa (2013) e Carvalho e Macedo (2019), também orientam a análise. O artigo está organizado em seções que abordam: introdução; uma discussão sobre os saberes das quebradeiras e suas interepistemias; o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) como espaço de luta e resistência; vozes das quebradeiras de Pedrinhas; e considerações finais. Este estudo busca contribuir para as discussões sobre as mulheres como produtoras de saberes e evidenciar a importância de aproximar os saberes acadêmicos e escolares dos saberes tradicionais.