O presente estudo integra uma pesquisa de doutorado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que investiga como os saberes, as lutas e as (re)existências das quebradeiras de coco babaçu da comunidade Pedrinhas, em Itapecuru-Mirim, Maranhão, articulam-se no cotidiano dessas mulheres. O objetivo é analisar as narrativas dessas quebradeiras para compreender de que forma suas lutas e saberes contribuem para a construção de suas trajetórias e para a manifestação de suas (re)existências. A fundamentação teórico-metodológica inclui as narrativas, conforme Jovchelovitch e Bauer (2015); a memória, segundo Portelli (2012); o diálogo com os saberes oriundos das lutas dos movimentos sociais (Gomes, 2017), as reflexões de Collins (2019) sobre as experiências de mulheres negras, e de Oyewùmi (2021) sobre cosmopercepção. Estudos específicos sobre as quebradeiras de coco babaçu, como os de Barbosa (2013) e Carvalho e Macedo (2019), também orientam a análise. O artigo está organizado em seções que abordam: introdução; uma discussão sobre os saberes das quebradeiras e suas interepistemias; o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) como espaço de luta e resistência; vozes das quebradeiras de Pedrinhas; e considerações finais. Este estudo busca contribuir para as discussões sobre as mulheres como produtoras de saberes e evidenciar a importância de aproximar os saberes acadêmicos e escolares dos saberes tradicionais.