Natanael da Costa, Marize Barros Rocha Aranha, Andréia Dellano Mendes Nunes, Alessandra Moreira Pontes, Ingrid Barbosa da Costa
Este artigo traça um breve panorama sobre as teorias argumentativas ao longo do tempo. De acordo com Amossy (2020), a argumentação é uma parte fundamental do discurso, caracterizando-se não apenas como um tipo de discurso, mas como algo intrínseco a qualquer prática discursiva, seja de forma implícita ou explícita. Nesse sentido, a partir de um estudo bibliográfico e qualitativo, o presente artigo propõe investigar as teorias argumentativas, apresentando um panorama dessas abordagens. Para isso, destacam-se três grandes correntes de pensamento que, de certa forma, dialogam entre si: a Retórica Clássica, de Aristóteles, considerada fundamental para os estudos retóricos e argumentativos posteriores, especialmente por sua tríplice definição dos elementos retóricos (ethos, pathos e logos) e dos gêneros retóricos (deliberativo, forense e demonstrativo); a Nova Retórica, de Perelman e Tyteca, que visa construir um tratado sobre argumentação, associando-se às preocupações do Renascimento e, por conseguinte, com os autores gregos e latinos que estudaram a arte de persuadir, a técnica da deliberação e da discussão (Perelman e Tyteca, 2014); e a Teoria da Argumentação no Discurso (TAD), de Ruth Amossy, que se afasta de uma análise materialista do discurso para adotar uma perspectiva mais textual-discursiva e dialógica, inspirada em Bakhtin (2011). Amossy argumenta que a utilização da linguagem em um contexto dialógico é que gera uma dimensão argumentativa (Amossy, 2020). Por fim, o artigo menciona outras correntes de pensamento relevantes para os estudos argumentativos, desenvolvidas por Maingueneau, Ducrot e Charaudeau. Espera-se, assim, situar os estudos argumentativos dentro da Linguística e das ciências humanas, ressaltando seu valor e contribuindo para o avanço dessa rica área de pesquisa nos fenômenos sociocomunicativos da linguagem.