Este artigo traça um breve panorama sobre as teorias argumentativas ao longo do tempo. De acordo com Amossy (2020), a argumentação é uma parte fundamental do discurso, caracterizando-se não apenas como um tipo de discurso, mas como algo intrínseco a qualquer prática discursiva, seja de forma implícita ou explícita. Nesse sentido, a partir de um estudo bibliográfico e qualitativo, o presente artigo propõe investigar as teorias argumentativas, apresentando um panorama dessas abordagens. Para isso, destacam-se três grandes correntes de pensamento que, de certa forma, dialogam entre si: a Retórica Clássica, de Aristóteles, considerada fundamental para os estudos retóricos e argumentativos posteriores, especialmente por sua tríplice definição dos elementos retóricos (ethos, pathos e logos) e dos gêneros retóricos (deliberativo, forense e demonstrativo); a Nova Retórica, de Perelman e Tyteca, que visa construir um tratado sobre argumentação, associando-se às preocupações do Renascimento e, por conseguinte, com os autores gregos e latinos que estudaram a arte de persuadir, a técnica da deliberação e da discussão (Perelman e Tyteca, 2014); e a Teoria da Argumentação no Discurso (TAD), de Ruth Amossy, que se afasta de uma análise materialista do discurso para adotar uma perspectiva mais textual-discursiva e dialógica, inspirada em Bakhtin (2011). Amossy argumenta que a utilização da linguagem em um contexto dialógico é que gera uma dimensão argumentativa (Amossy, 2020). Por fim, o artigo menciona outras correntes de pensamento relevantes para os estudos argumentativos, desenvolvidas por Maingueneau, Ducrot e Charaudeau. Espera-se, assim, situar os estudos argumentativos dentro da Linguística e das ciências humanas, ressaltando seu valor e contribuindo para o avanço dessa rica área de pesquisa nos fenômenos sociocomunicativos da linguagem.