João Paulo Watrin
En las últimas décadas, el Poder Judicial brasileño creó equipos con diferentes expertos (p. ej., psicólogos, asistentes sociales) para auxiliar a los jueces en la toma de decisiones judiciales, especialmente para aclarar aspectos extrajurídicos esenciales para la protección de derechos. Sin embargo, estos equipos a menudo recomiendan las propias decisiones que los jueces deben tomar en cada caso. Este artículo teórico discute los límites de los equipos multidisciplinares en la recomendación de decisiones judiciales. Para ello, primero se presentan argumentos que pueden justificar las recomendaciones hechas por los equipos y enseguida se analizan críticamente las implicaciones de esta práctica. En conclusión, se argumenta que los equipos deben abstenerse de recomendar decisiones judiciales y limitarse a ofrecer sugerencias dentro de sus áreas de especialización, excepto cuando las leyes prescriban expresamente que recomienden medidas legales.
Nas últimas décadas, o Poder Judiciário do Brasil estruturou equipes compostas de diferentes especialidades (p. ex., Psicologia, Serviço Social) para auxiliar juízes na tomada de decisões judiciais, sobretudo por meio do esclarecimento de aspectos extrajurídicos indispensáveis à proteção de direitos. Não é incomum, porém, que estas equipes recomendem as próprias decisões a serem tomadas pelos magistrados em cada caso. O presente artigo discute teoricamente os limites das equipes multidisciplinares na recomendação de decisões judiciais. Para tanto, articulam-se inicialmente argumentos que podem justificar as recomendações feitas pelas equipes e, em seguida, analisam-se criticamente as implicações desta prática. Por fim, argumenta-se que as equipes devem se abster de recomendar decisões judiciais e somente sugerir encaminhamentos de suas respectivas especialidades, exceção feita aos casos em que há expressa determinação legal para estas recomendações.
Over the past decades, the Brazilian Judiciary has created teams with different experts (e.g., psychologists, social workers) to assist courts in judicial decision-making, especially by enlightening nonlegal aspects deemed essential to ensuring rights. These multidisciplinary teams, however, often recommend how the courts should decide each case. This theoretical article discusses the limits of multidisciplinary teams in recommending legal decisions. For this purpose, it first presents claims that can justify the recommendations made by multidisciplinary teams. Then, it provides a critical analysis of the implications of this practice. At the end, it is argued that multidisciplinary teams should refrain from recommending judicial decisions and limit their opinions to their areas of expertise, except in cases where legislation explicitly demands experts’ opinions on legal matters.