Étienne Balibar
Las consecuencias de la crisis contemporánea (multidimensional en tanto económica, ecológica, sanitaria, etcétera, al mismo tiempo) arrojan luz sobre la condición ontológica de la especie humana, algo que implica una “revolución” antropológica. El artículo recorre las derivas kantianas y darwinianas de la filosofía antropológica moderna, las que convergen en producir unefecto espejo entre singularidad individual y singularidad de especie para producir un concepto de especie humana. Luego, recurriendo a la “problemática perspectivista” formulada entre otros por Viveiros de Castro, se presenta una aproximación a la idea de especie humana como ser-especie y como producción-especie, que parte de su relacionalidad específica consigo misma y con las demás especies vivientes. Se propone que para entender el tipo de especie en que se ha convertido el ser humano, se requiere un nuevo concepto de especie a partir de una noción de historia despojada de evolucionismo, así como de una noción de evolución liberada de todo antropocentrismo, y con la cuestión del capitalismo como aspecto ineludible.
The consequences of the multidimensional contemporary crisis – economic, ecological, of healthcare, at the same time – shed light on the ontological condition of the human species and imply an anthropological “revolution”. The article reviews the Kantian and Darwinian drifts of modern anthropological philosophy, which converge to produce a mirror effect betweenindividual singularity and species singularity to produce a concept of the human species. Resorting to the “perspectivist problem” formulated among others by Viveiros de Castro, it is proposed an approximation to the idea of the human species as both being-species and production-species, starting from its specific relationship with itself and with other living species. In order to understand the type of species that the human being has become, I argue that a new concept of species is required, with basis on a notion of history stripped of evolutionism, as well as a notion of evolution freed from all anthropocentrism – and with the question of capitalism as unavoidable dimension.
As consequências da crise contemporânea (multidimensional ao mesmo tempo econômica, ecológica, sanitária, etc.) lançam luz sobre a condição ontológica da espécie humana, algo que implica uma “revolução” antropológica. Este artigo revisa as derivas kantianas e darwinianas da filosofia antropológica moderna, que convergem para produzir um efeito de espelho entrea singularidade individual e a singularidade da espécie para produzir um conceito de espéciehumana. Em seguida, recorrendo ao “problema perspectivista” formulado entre outros por Viveiros de Castro, apresenta-se uma aproximação à ideia da espécie humana como ser-espécie e como produção-espécie, que parte da sua relação específica consigo mesmo e com outrasespécies vivas. Propõe-se que, para compreender o tipo de espécie em que o ser humano se tornou, é necessário um novo conceito de espécie baseado em uma noção de história despojada de evolucionismo, bem como uma noção de evolução livre de todo antropocentrismo, e com a questão do capitalismo como um aspecto ineludível.