Natalia Batista
Esta investigación aborda la trayectoria de Lisaneas Este artículo tiene como objetivo investigar el exilio del dramaturgo latinoamericano Augusto Boal a partir de una experiencia de tránsito entre tres países: Brasil, Argentina y Portugal. El exilio de Boal sumó catorce años, compuestos por cinco años en la Argentina (1971-1975), dos años en Portugal (1976-1977) y siete años en Francia (1978-1984). El recorte de tiempo que se explora en este artículo es el período en el que vivió en Buenos Aires e intentó trasladarse a Lisboa de 1974 a 1976. Este fragmento fue elegido por el interés en investigar los primeros procedimientos para su desplazamiento a Lisboa y la batalla legal que enfrentó en Brasil, a través de sus abogados, para obtener un pasaporte válido. A partir de esta corta temporalidad, se pretende mostrar los múltiples momentos vividos por el director, percibidos a través de los lazos que lo mantenían vinculado al Brasil como un pasado; la ansiedad con la coyuntura argentina que precedió al golpe militar de 1976 como un presente; y la expectativa con el desplazamiento a Portugal, país que tuvo en la estela de la Revolución de los Claveles y la perspectiva de un futuro menos hostil. Al movilizar las categorías "espacio de experiencia" y "horizonte de expectativa" formuladas por Reinhart Koselleck, se pretende desvelar la experiencia de tránsito entre los respectivos países a partir de una exégesis de los espacios temporales y físicos que rodeaban al director. La investigación se llevó a cabo mediante cartas, entrevistas, autobiografías, documentos oficiales y publicaciones periódicas.
This article aims to investigate the exile of Latin American playwright Augusto Boal focusing in an experience of transit between three countries: Brazil, Argentina and Portugal. Boal's exile totaled fourteen years, consisting of five years in Argentina (1971-1975), two years in Portugal (1976-1977) and seven years in France (1978-1984). The time frame explored in this article is the period from 1974 to 1976, when he was living in Buenos Aires and trying to move to Lisbon. This choice stems from the interest in investigating the initial negotiations regarding his move to Lisbon and the legal battle he faced in Brazil to obtain a valid passport. From this short period of time, it is possible to observe the various times experienced by the director: the unwanted ties that kept him connected to Brazil as the past; the anxiety about the Argentinian situation that preceded the 1976 military coup as the present; the expectation of displacement to Portugal, a country that had experienced the Carnation Revolution and had a less hostile perspective for the future. Using the categories "space of experience" and "horizon of expectation" formulated by Reinhart Koselleck, we can unveil the experience of transit between countries through an exegesis of the times and spaces experienced by the director. The research was carried out through letters, interviews, autobiographies, official documents and newspapers.
Este artigo tem como proposta investigar o exílio do teatrólogo latino-americano Augusto Boal a partir de uma experiência de trânsito entre três países: Brasil, Argentina e Portugal. O exílio de Boal totalizou quatorze anos, compostos por cinco anos na Argentina (1971-1975), dois anos em Portugal (1976-1977) e sete anos na França (1978-1984). O recorte temporal explorado neste artigo é o período em que ele viveu em Buenos Aires e tentava se deslocar para Lisboa, entre os anos de 1974 a 1976. A escolha desse fragmento se deu pelo interesse de investigação dos primeiros trâmites para o seu deslocamento para Lisboa e a batalha judicial que ele enfrentou no Brasil, através de seus advogados, para conseguir um passaporte válido. A partir desta curta temporalidade, pretende-se mostrar os múltiplos tempos vivenciados pelo diretor, percebidos através de laços que o mantinham ligado ao Brasil enquanto passado; a ansiedade com a conjuntura Argentina que precedeu o golpe militar de 1976 enquanto presente; e a expectativa com o deslocamento para Portugal, país que tinha na esteira a Revolução dos Cravos e a perspectiva de um futuro menos hostil. Mobilizando as categorias “espaço de experiência” e “horizonte de expectativa” formuladas por Reinhart Koselleck, pretende-se descortinar a experiência de trânsito entre os respectivos países a partir de uma exegese dos espaços temporais e físicos que circundavam o diretor. A pesquisa foi realizada através de cartas, entrevistas, autobiografias, documentos oficiais e periódicos.