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Palma de Mallorca, España
Tradicionalmente se ha hablado en la regulación de la ciencia y la tecnología del “principio de precaución”, que se opone a una regulación basada únicamente en una evaluación de riesgos. En este artículo se argumenta que, actualmente, debido al estado de desarrollo que ha alcanzado la regulación de productos y procesos científico-tecnológicos, podría tener sentido diferenciar, por un lado, el principio de precaución y, por otro, una ciencia precaucionaria. Esta última se caracterizaría por procesos reguladores cuyo objetivo es gestionar la incertidumbre mediante, por ejemplo, la inversión de la carga de la prueba o la vigilancia poscomercialización. El primero, en cambio, estaría enfocado en una minimización de la incertidumbre mediante la renuncia a generar información sobre determinados procesos y productos científico-tecnológicos considerados potencialmente dañinos, procediendo directamente a su sustitución por otros que se consideran más benignos. Mientras que el principio de precaución persigue reorientar el desarrollo tecnológico, la ciencia precaucionaria busca generar conocimiento sobre posibles consecuencias de los productos y gestionar la aplicación de tales productos de forma controlada.
The precautionary principle has been the guiding idea of precautionary regulation of science and technology, i.e., regulation that goes beyond simple risk assessment. Here we argue that, nowadays, due to the current state of science and technology regulation, it might make sense to differentiate the precautionary principle from a different kind of regulation, one that we will term “precautionary science”. The latter is important in regulatory processes that aim at managing uncertainty by applying methods like post-marketing monitoring or the reversal of the burden of proof. The precautionary principle, in contrast, tries to minimize uncertainty by renouncing the generation of scientific information, and proceeding directly with the substitution of scientific-technological products and processes considered more benign for others that are considered potentially dangerous. In sum, the precautionary principle aims at reorienting technological development, while precautionary science is geared towards the generation of information about potential consequences of products, as well as their controlled management.
Tradicionalmente, o “princípio da precaução” tem sido discutido na regulação da ciência e da tecnologia, um princípio que se opõe à regulação baseada apenas na avaliação de riscos. No presente artigo defende-se que, atualmente, devido ao estado de desenvolvimento que atingiu a regulação de produtos e processos científico-tecnológicos, poderia fazer sentido diferenciar, por um lado, o princípio da precaução e, por outro, uma ciência preventiva. Este último seria caracterizado por processos regulatórios cujo objetivo é gerir a incerteza através, por exemplo, da inversão do ónus da prova ou da vigilância pós-comercialização. A primeira, por outro lado, estaria focada em minimizar a incerteza, recusando-se a gerar informações sobre determinados processos e produtos científico-tecnológicos considerados potencialmente nocivos, procedendo diretamente à sua substituição por outros considerados mais benignos. Enquanto o princípio da precaução procura reorientar o desenvolvimento tecnológico, a ciência da precaução procura gerar conhecimento sobre as possíveis consequências dos produtos e gerir a aplicação de tais produtos de forma controlada.
