Leioa, España
Este artículo examina un nuevo tipo de tensión, identificada en el seno de la filosofía de las prácticas científicas, entre la pretensión de desarrollar una ciencia imparcial y el hecho aceptado de que en la ciencia se presuponen valores no epistémicos. Para situarla en su contexto y comprender sus pormenores, presentamos primero el ideal que la subyace, el ICV (ciencia sin valores), cuya inconveniencia se reconoce ahora abiertamente en el ámbito de la filosofía de la ciencia acerca de los valores (epistémicos y no epistémicos), ante todo en el caso de la búsqueda de una imparcialidad mejorada. La variedad de estudios sobre valores, sin embargo, ha permitido plantear un nuevo problema de demarcación, situado ahora en contextos de incertidumbre y riesgo, centrado en la legitimidad (o ilegitimidad) de los valores que presuponen las actividades cognitivas. En este contexto surge el nexo entre los valores y la cuestión de un conocimiento pretendidamente imparcial, para el que proponemos un intento de solución.
This article focuses on a new type of tension, identified within the philosophy of scientific practices, between the pretension of developing an impartial science and the accepted fact that there are non-epistemic values presupposed in science. In order to place it in context and to understand its details, we present briefly the value-free ideal (VFI) that underlies it. Its implausibility is now openly recognized in the realm of the philosophy of science about values (epistemic and non-epistemic), primarily in the case of the search for an enhanced impartiality. The myriad of studies on values, however, has made it possible to raise a new problem of demarcation, now located in contexts of uncertainty and risk, focused on the legitimacy (or illegitimacy) of the values presupposed by cognitive activities. Here the nexus between values and the question of a purportedly impartial knowledge emerges, for which we propose an attempted solution.
O artigo examina um novo tipo de tensão, identificada na filosofia das práticas científicas, entre a pretensão de desenvolver uma ciência imparcial e o fato aceito de que valores não epistêmicos são pressupostos na ciência. Para contextualizá-la e compreender os seus detalhes, apresentamos primeiro o ideal que lhe está subjacente, a ICV (ciência sem valores), cuja inconveniência é hoje abertamente reconhecida no campo da filosofia da ciência sobre valores (epistêmicos e não- epistêmico), especialmente no caso da busca por maior imparcialidade. A variedade de estudos sobre valores permitiu, no entanto, levantar um novo problema de demarcação, agora situado em contextos de incerteza e risco, centrado na legitimidade (ou ilegitimidade) dos valores que as atividades cognitivas pressupõem. Neste contexto surge a ligação entre os valores e a questão do conhecimento supostamente imparcial, para a qual propomos uma tentativa de solução.