Santiago, Chile
Este ensayo tiene como propósito analizar la relación entre la perspectiva queer o performativa de género y la producción de subjetividades generada por el neoliberalismo. Entre los hallazgos logrados a través del ejercicio hermenéutico se tiene que, en el contexto de la modernidad reflexiva, existe el riesgo de que la perspectiva performativa funcione en una dinámica de cooperación no voluntaria con las subjetivaciones neoliberales; esto ocurre porque en la era digital, las personas reciben información por diferentes vías sobre la perspectiva queer que invita a la emancipación sexual en particular, pero también a la liberación de las categorías reificadoras del neoliberalismo hetero patriarcal en general, al mismo tiempo que reciben mucha otra información que, en cambio, fomenta las subjetividades neoliberales. El resultado de esta recepción de información contradictoria es el surgimiento de disonancia cognitiva a nivel individual. Así, frente a la imposibilidad de cambiar el modelo neoliberal, la disonancia se supera resignificando los mensajes de la perspectiva performativa, tornándose funcionales a las subjetivaciones neoliberales. Esta línea argumentativa se centra en tres casos de producciones de subjetividades; individuos automotivados, individuos que deben aprender a vivir en una sociedad de incertidumbre e individuos que encuentran su identidad como consumidores.
The purpose of this essay is to analyze the relationship between the queer or gender performative perspective and the production of subjectivities generated by neoliberalism. Among the findings achieved through the hermeneutic exercise is that, in the context of reflective modernity, there is a risk that the performative perspective works in a dynamic of non-voluntary cooperation with neoliberal subjectivations; This occurs because in the digital age, people receive information in different ways about the queer perspective that invites sexual emancipation in particular, but also the liberation of the reifying categories of hetero-patriarchal neoliberalism in general, at the same time that they receive a lot of other information that, instead, promotes neoliberal subjectivities. The result of this reception of contradictory information is the emergence of cognitive dissonance at the individual level. Thus, faced with the impossibility of changing the neoliberal model, the dissonance is overcome by resignifying the messages of the performative perspective, becoming functional to the neoliberal subjectivations. This line of argument focuses on three cases of productions of subjectivities; self-motivated individuals, individuals who must learn to live in a society of uncertainty, and individuals who find their identity as consumers.
O objetivo deste ensaio é analisar a relação entre a perspectiva queer ou performativa de gênero e a produção de subjetividades geradas pelo neoliberalismo. Entre as constatações alcançadas com o exercício hermenêutico está a de que, no contexto da modernidade reflexiva, corre-se o risco de que a perspectiva performativa funcione numa dinâmica de cooperação não voluntária com as subjetivações neoliberais; Isso ocorre porque, na era digital, as pessoas recebem informações de diferentes formas sobre a perspectiva queer que convida à emancipação sexual em particular, mas também à liberação das categorias reificantes do neoliberalismo heteropatriarcal em geral, ao mesmo tempo em que recebem muito de outras informações que, ao contrário, promovem subjetividades neoliberais. O resultado dessa recepção de informações contraditórias é o surgimento de dissonância cognitiva no nível individual. Assim, diante da impossibilidade de mudança do modelo neoliberal, a dissonância é superada ressignificando as mensagens da perspectiva performativa, tornando-se funcionais às subjetivações neoliberais. Essa linha de argumentação enfoca três casos de produções de subjetividades; indivíduos automotivados, indivíduos que devem aprender a viver em uma sociedade de incerteza e indivíduos que encontram sua identidade como consumidores.