Fernanda de Aragão Mikolaiczyk
Refletir sobre a Universidade, historicamente concebida como locus da Educação Superior, interessa a todos que vivem em sua órbita – estudantes, professores, técnicos –, como àqueles que a veem como importante instituição produtora de saber científico e formação humana integral. Por isso mesmo, constituiu-se, ao longo do tempo, como síntese das relações sociais em que esteve inserida. No século XXI, disputa-se a hegemonia econômica, política e cultural sobre esse nível de ensino, interesses sociais burgueses perpassam os projetos educativos realizados nas Instituições de Ensino Superior (IES), coerentemente alinhados ao atual estágio de desenvolvimento capitalista: o financeiro. As discussões postas para debate na obra objeto desta resenha – Da universidade à commoditycidade: ou de como e quando, se a educação/formação é sacrificada no altar do mercado, o futuro da universidade se situaria em algum lugar do passado –, de autoria de Lucídio Bianchetti e Valdemar Sguissardi, situam o leitor quanto ao projeto de classe burguês que a domina, materializado nas formas mercantis que a atingem.