Roque Strieder
Há grandes desafios para as Instituições de Educação Superior ameaçadas de invasão pela lógica da mercantilização e pelos mecanismos da instrumentalização. Cenário onde os espaços acadêmicos e de formação humanizadora, gradativamente diminuem seus enfoques pedagógicos e formativos e, substituídos pela gestão e pelas competências, perdem sua dimensão intelectual, reflexiva criativa e humanizadora. Em muitas instituições essa situação está na mesa dos debates e das discussões uma vez que as ações implementadas sustentam o desencontro humano, aprofundam a indiferença humana e agravam nosso presente desumanizador. É nesse invólucro de tensões que desejamos refletir, com base em autores, para situar algumas variáveis diante do duvidoso projeto/programa de globalização da educação. Entendemos que todo e qualquer esforço e exercício que problematiza o ideal globalizador da formação humana, envolve e integra um complexo contexto de demandas e desafios contemporâneos. Dentre eles situamos o desafio de resistência política à essa proposição formalizadora dos mecanismos da lógica educacional priorizando a instrumentalização, o utilitarismo e a sedimentação da obediência. Reconhecemos que, diante da defesa do interesse próprio, da eficiência nos mecanismos de aquisição de competências, do apoio prioritário na ciência em seu viés tecnicista de pragmática restrita à transmissão de informações, importa, via participação individual e social criar conhecimentos que melhorem o entendimento humano, ampliem as capacidades humanas da convivência, do compartilhamento e da responsabilidade humana diante do destino de cada ser humano.