Gracy Kelly Andrade Pignata Oliveira, Susana Couto Pimentel
O presente artigo vincula-se a uma pesquisa cujo objetivo foi compreender a trajetória de afiliação de estudantes com deficiência na Educação Superior. A investigação envolveu cinco universitários de uma instituição de ensino superior federal, com deficiência autodeclarada no formulário de matrícula. O material empírico gerado mediante entrevista semiestruturada foi examinado à luz do Interacionismo Simbólico, perspectiva teórica que parte do pressuposto de que os atores sociais atribuem significado aos seus atos e às interações com base em um código simbólico. A metodologia utilizada foi o estudo de caso e para este texto elegeu-se fragmentos das narrativas dos estudantes que refletem os desafios que circunscrevem as suas trajetórias. A investigação trouxe como resultado a compreensão de que a trajetória universitária dos estudantes com deficiência é marcada por desafios semelhantes aos dos demais estudantes, em termos de estranhamento e aprendizagem dos complexos códigos do universo acadêmico. Contundo, para os primeiros, as demandas de natureza acadêmica precisam coexistir com àquelas de ordem simbólica, como o enfrentamento da discriminação, do preconceito e do julgamento estético em função da diferença/deficiência.