Brasil
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O objetivo do presente artigo é discutir a implantação do modelo católico de formação no Ensino Superior brasileiro. Destaca-se o papel desempenhado pelo padre jesuíta Leonel Edgard Silveira Franca (1893-1948), liderança intelectual responsável pela articulação e viabilização institucional da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Ao avaliarmos sua trajetória, verifica-se que Franca, nas décadas de 1930 e 1940, foi um importante mediador entre a Igreja e o Estado, ao participar - junto ao governo de Getúlio Vargas – da luta pelo retorno do ensino religioso às escolas regulares. Utilizamos, nesta discussão, fontes localizadas no Arquivo da Província dos Jesuítas no Brasil; bem como referencial teórico sustentado nos conceitos do sociólogo francês Pierre Bourdieu, a fim de analisar as disputas nas quais Franca tomou parte no âmbito da institucionalização do ensino superior católico. Para tanto, discute-se como o jesuíta trabalhou junto à sua rede de sociabilidade para viabilizar a criação do Instituto Católico de Estudos Superiores, em 1932; em seguida, como essa ação foi aprimorada com a criação das Faculdades Católicas, em 1941; e, por fim, como o objetivo da militância católica foi alcançado, com a fundação da PUC, em 1948, da qual Leonel Franca se tornou reitor. A criação de uma universidade católica no país foi um marco na trajetória do padre Franca. A racionalidade jesuítica foi sua marca distintiva nos embates travados em diferentes campos do espaço social, base para a construção de alianças, de modo a concretizar conquistas no campo educacional em favor da Igreja Católica.