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Diana Paola Garcés Amaya
Resumen: El presente artículo propone una aproximación cuir para analizar las nociones de víctima emergentes en diferentes contenidos y desarrollos institucionales de los modelos de Justicia Transicional de Justicia y Paz (2005) y del Acuerdo Final (2016) implementados en Colombia, siendo aún una aproximación poco explorada en el campo de los estudios sobre la construcción de paz. Se analizan las aperturas y condiciones de posibilidad para nombrar la violencia heterosexual y los cisprivilegios como constitutivos de las violencias estructurales y armadas -centrándose en los documentos oficiales en diálogo con la literatura cuir existente en este campo de estudios-, a partir de tres escenarios: los primeros años de implementación de la Ley de Justicia y Paz, los aprendizajes en el componente de justicia en la aplicación del enfoque de género y los avances en la implementación del Acuerdo Final y los desafíos persistentes. Del análisis se concluye, y allí mismo radica la originalidad del artículo, que hay un cambio cualitativo en el entendimiento de las violencias, que pasan de ser androcéntricas y de asumir una interpretación binaria a reconocer explícitamente a las personas LGBTI y su calidad de víctimas frente a las violencias heteronormativas, el continuum de violencias estructurales, cotidianas y armadas, su imbricación con otras matrices de poder, y ante el reconocimiento de los diferentes patrones que operaron para corregir o desaparecer la disidencia sexual y de género.
Abstract: This article proposes a queer approach to analyze the emerging notions of victim in different contents and institutional developments of Colombia’s Justice and Peace Transitional Justice (2005) and Final Agreement (2016) models, which are, as yet, little explored in the field of peacebuilding studies. It analyzes the openings and conditions of possibility to name heterosexual violence and cisprivileges as constitutive of structural and armed violence, focusing on official documents in dialogue with the existing queer literature in this field of studies. The analysis considers three scenarios: the first years of implementation of the Justice and Peace Law, the lessons learned in the justice component in the application of the gender approach, and the progress in the implementation of the Final Agreement and the persistent challenges. The analysis concludes, and therein lies the originality of the article, that there is a qualitative change in the understanding of violence, which goes from being androcentric and assuming a binary interpretation to explicitly recognize LGBTI people and their quality of victims in the face of heteronormative violence, the continuum of structural, daily and armed violences, its intertwining with other power matrices, and the recognition of the different patterns that operated to correct or eliminate sexual and gender dissidence.
Resumo: Este artigo propõe-se uma abordagem cuir para analisar as noções de vítima emergentes em diferentes conteúdos e desenvolvimentos institucionais dos modelos de justiça de transição de justiça e paz (2005) e do Acordo Final (2016) implementados na Colômbia, sendo ainda uma abordagem pouco explorada no campo dos estudos sobre a construção de paz. São analisadas as aberturas e condições de possibilidade para nomear a violência heterossexual e os cisprivilégios como constitutivos das violências estruturais e armadas - com foco nos documentos oficiais em diálogo com a literatura cuir existente nesse campo de estudos -, a partir de três cenários: os primeiros anos de implementação da Lei de Justiça e Paz, as aprendizagens no componente de justiça na aplicação da abordagem de gênero e os avanços na implementação do Acordo Final e os desafios persistentes. Da análise, conclui-se, e nisso mesmo está a originalidade deste artigo, que há uma mudança qualitativa no entendimento das violências, que passam de ser androcêntricas e de assumir uma interpretação binária a reconhecer explicitamente as pessoas LGBTI e sua qualidade de vítimas ante as violências heteronormativas, o continuum de violências estruturais cotidianas e armadas, sua imbricação com outras matrizes de poder e ante o reconhecimento dos diferentes padrões que operaram para corrigir ou desaparecer a dissidência sexual e de gênero.
