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Judith Farberman, Daniel Santilli
A través del examen de diez listados inéditos de Contribución Directa de época taboadista, y concentrándose en el capital ganadero, este artículo procura introducir a Santiago del Estero en el “mapa de la desigualdad” de la Argentina de la segunda mitad del siglo XIX. Considera un período transicional -coincidente con la construcción del estado provincial y poco anterior al despegue de la agricultura capitalista y la explotación forestal masiva- y ofrece un panorama contrastado de tres regiones santiagueñas -sierra, cercanías de la ciudad y bañados del río Dulce-. Nuestro análisis se despliega en tres niveles. De una parte, considera el universo de contribuyentes, que notamos subregistrado y evaluamos con el auxilio de estadísticas posteriores. A este primer nivel, se evidencia una desigualdad notablemente menor a la del resto de las provincias argentinas, con capitales ganaderos bastante exiguos. En segundo lugar, el universo de contribuyentes es confrontado con el de potenciales poseedores, operación que manifiesta la desigualdad en toda su envergadura: pocos propietarios con capitales muy parejos representaban una isla en un mar de familias por completo desposeídas. Por último, nos detenemos en los contrastes regionales. Tres imágenes muy diferentes de la provincia en la transición emergen con nitidez: la fisonomía campesina típica de los bañados del Dulce -ricos en ganado menor, orientado en parte a la textilería doméstica-, la gran estancia y la concentración del capital ganadero en la sierra y una orientación mixta en la zona de cercanías, para entonces en plena transformación.
Through the examination of ten unpublished registers from the Taboadian period and focusing on livestock capital, this article seeks to introduce Santiago del Estero in the "map of inequality" of Argentina in the second half of the 19th century. It considers a transitional period -coinciding with the construction of the provincial state and shortly before the takeoff of capitalist agriculture and massive forest exploitation- and offers a contrasting panorama of three Santiago regions -mountain range, outskirts of the city and the Dulce River. Our analysis is developed on three levels. On the one hand, it considers the universe of t of taxpayers, which we note is underreported and we criticize through the confrontation with subsequent statistics. At this first level, inequality is noticeably lower than that of the rest of the Argentine provinces, with fairly meager livestock capitals. At the second level, the universe of taxpayers is confronted with that of potential owners, an operation that manifests inequality in its entirety: few owners with very similar capitals represented an island in a sea of completely dispossessed families. Finally, we examine the regional contrasts. Three very different images of the province in the transition with clarity: the typical peasant landscape of the Dulce wetlands -rich in sheep cattle -, the large “estancia” and the concentration of livestock capital in the sierra mountain landscape, as well as a mixed orientation in the outskirt areas, by then in full transformation
Através do exame de dez listas inéditas de Contribuição Direta do tempo dos Taboadas e com foco no capital pecuário, este artigo busca introduzir a província de Santiago del Estero no "mapa da desigualdade" da Argentina na segunda metade do século XIX. Nesse sentido, considera um período de transição – coincidindo com a construção do estado provincial e pouco antes da decolagem da agricultura capitalista e da exploração florestal massiva – e oferece um panorama comparativo de três regiões de Santiago: serra, imediações da cidade e banhados do Rio Dulce. Nossa análise se desdobra em três níveis. Por um lado, considera o universo de contribuintes que, por estar sub-registrado, avaliamos com o auxílio de estatísticas posteriores. Nesse primeiro nível, evidencia-se que a desigualdade é notavelmente menor do que a do resto das províncias argentinas, com capitais pecuários exíguos. Em segundo lugar, o universo dos contribuintes é confrontado com o dos potenciais possuidores, operação que manifesta a desigualdade em toda sua envergadura: poucos proprietários com capitais comparables representavam uma ilha num mar de famílias completamente despossuídas. Finalmente, focalizamos os contrastes regionais. Três imagens muito diferentes da província na transição emergem nitidamente: a fisionomia camponesa típica dos banhados do rio Dulce – ricos em gado miúdo, orientado em parte para a atividade têxtil doméstica –, a grande fazenda e a concentração do capital pecuário na serra e uma orientação mista na região das imediações da cidade, naquele então, em plena transformação.
