Véronique Boyer
Este artículo se refiere a un conflicto interno que se dio en una aldea amazónica cuando ésta adoptó una identidad quilombola oficialmente reconocida. Señala que tal situación, que tiende a ser interpretada en términos de identidad, fue de hecho primeramente social. Claramente, es necesario examinar las divergentes posiciones adoptadas por distintos grupos de parientes en relación a las dinámicas de diferenciación socioeconómica vinculadas a sus historias familiares particulares. El material muestra que el conflicto se conectó tiempo atrás a luchas de poder entre grupos dominantes de parientes y que las cuestiones acerca de los límites del grupo reflejaban preocupaciones relacionadas con quién tenía la autoridad legítima para tomar decisiones acerca del futuro de la aldea. Al analizar algunas de las asunciones del debate actual sobre el multiculturalismo y la etnicidad en la Amazonia, este artículo contribuye a la discusión más amplia sobre de estos temas en Brasil y Latinoamérica.
This article addresses an internal conflict that arose in an Amazonian village when it adopted an officially recognised quilombola identity. It argues that this issue, which tends to be interpreted in terms of identity, is in fact primarily social. Indeed, the divergent positions adopted by different groups of relatives need to be examined in relation to the dynamics of socio-economic differentiation linked to family histories. The article shows that the conflict related back to power struggles between dominant groups of relatives and that the questions about the limits of the group reflected preoccupations concerning who held legitimate authority to make decisions about the future of the village. By analysing some of the assumptions of the current debate about multiculturalism and ethnicity in Amazonia, this article contributes to the wider discussion about these issues in Brazil and, more broadly, in Latin America.
Este artigo trata de um conflito interno surgido quando uma comunidade amazônica adotou oficialmente a identidade quilombola. Argumenta-se que esta questão que tende a ser interpretada em termos de identidade seja, na verdade, primordialmente social. As posições divergentes adotadas por diferentes grupos ligados por parentesco devem ser examinadas em relação às dinâmicas de diferenciação socioeconômicas relacionadas às histórias familiares. O artigo demonstra que o conflito relacionava-se a batalhas por poder entre grupos dominantes de parentes e que questões acerca dos limites dos grupos refletiam preocupações relacionadas com quem detinha autoridade legítima para tomada de decisões sobre o futuro da comunidade. Através da análise de alguns pressupostos do debate atual sobre multiculturalismo e etnicidade na Amazônia, este artigo contribui com discussões mais amplas acerca destas questões no Brasil e, de maneira geral, na América Latina.