México
A finales de la década de los noventa América Latina experimentó el denominado giro a la izquierda, con la llegada al poder de gobiernos calificados de posneoliberales. Entre ellos las experiencias que en ese momento se visualizaron como las más radicales en su rompimiento con el pasado fueron las de Bolivia y Venezuela. Hoy en ambos países se viven momentos de agitación y crisis. El presente artículo propone explicaciones acerca de los límites estructurales para los cambios que se buscó llevar a cabo. A partir de un análisis de largo plazo, auxiliándonos de la sociología histórica y centrándonos en las fracturas sociales se describe la presencia de las fracturas territorial, étnica y de clase en Bolivia y de clase en Venezuela; y la manera en que se configuró la relación Estado-sociedad, particularmente a través de la integración de las coaliciones dominantes y la presencia de centros de poder autónomos. Con ello, se busca argumentar en cuanto a la importancia de las perspectivas de largo plazo y respecto de los resultados a los que conducen.
No final dos anos 90, a América Latina experimentou a chamada guinada à esquerda, com a chegada ao poder de governos descritos como pós-neoliberais. Entre eles, as experiências que na época foram vistas como as mais radicais em sua ruptura com o passado foram as da Bolívia e da Venezuela. Hoje, ambos os países estão passando por momentos de agitação e crise. Este artigo propõe explicações sobre os limites estruturais para as mudanças que tentaram ser implementadas. A partir de uma análise de longo prazo, com a ajuda da sociologia histórica e o foco nas fraturas sociais, descreve-se a presença de fraturas territoriais, étnicas e de classe na Bolívia e de fraturas de classe na Venezuela; além da forma como a relação Estado-sociedade foi configurada, particularmente através da integração das coalizões dominantes e da presença de centros autônomos de poder. Ao fazer isso, procura-se argumentar sobre a importância das perspectivas de longo prazo e a respeito dos resultados aos quais elas conduzem.
At the end of the 1990s, Latin America experienced the so-called shift to the left, with so-called post-neoliberal governments coming to power. Amongst the experiences that were seen at the time, Bolivia and Venezuela were the most radical in breaking with the past. Both countries are currently experiencing turmoil and crisis. This article proposes explanations of the structural limits to the changes that were sought. Based on a long-term analysis, using historical sociology and focusing on social fractures, it describes the presence of territorial, ethnic and class fractures in Bolivia and class fractures in Venezuela, and the way in which the state-society relationship was constructed, particularly through the integration of the dominant coalitions and the presence of autonomous centers of power. In doing so, it seeks to argue for the importance of long-term perspectives and the outcomes that they lead to.