Los sistemas educativos, a partir de la presencia de inmigrantes y refugiados en las escuelas, especialmente en las escuelas públicas, emergen como un campo de investigación, política y acción para comprender los diferentes discursos sobre las movilidades contemporáneas. En este trabajo, nuestra preocupación estuvo en conocer cuánto las políticas y el debate educativo global –aunque incipiente sobre el tema –interactúan, refuerzan o contradicen las distintas prácticas y representaciones que hacen de las movilidades y sus sujetos objeto de regulación y conocimiento. Buscamos observar los discursos que movilizan, para entender fundamentalmente cómo se articulan al paradigma de las migraciones internacionales como un problema a combatirse –y no como un dato constitutivo del mundo. Como estrategia metodológica, se optó por el análisis de un conjunto reciente de documentos que orientan las políticas educativas de alcance global que abordan la inmigración y el refugio, elaborado por diferentes agencias de Naciones Unidas. En este conjunto, destacamos dos aspectos centrales de reflexión: de forma más amplia el tratamiento que se da a los sujetos individuales y colectivos de la movilidad, y un segundo eje centrado específicamente en la forma en que se construye y se refuerza la “figura de la víctima”, así como como sus implicaciones, tensiones y ambigüedades.
Considering the increased presence of immigrants and refugees in schools, particularly public schools, educational systems emerge as a field of research, policy and practice to understand the different discourses regarding contemporary mobilities. In this piece of work, our concern was to understand on which extension global education policies and debates, even being incipient on this matter, interact, reinforce or contradict the different practices, representations and sayings that make mobilities and their subjects an object of regulation and knowledge. We seek to observe the mobilized discourses, in order to fundamentally understand how they are articulated to the paradigm of global migration“as a problem” to overcome, instead of a constitutive characteristic of the world. As methodological strategy, we analyzed a recent set of documents guiding educational policies that deals with migration and asylum, written by different United Nations agencies. From this set, we highlight two central aspects for reflection: in a broader way the treatment given to individual and collective subjects of mobilities, and as a second axis we focusedon the way the “figure of the victim” is built and reinforced, as well as its implications, tensions and ambiguities.
Os sistemas educativos, a partir da constatação da presença de imigrantes e refugiados nas escolas, sobretudo nas redes públicas de ensino, emergem como um campo de pesquisa, política e ação para entender os diferentes discursos a propósito das mobilidades contemporâneas. Neste trabalho, nossa preocupação residiu em perceber o quanto o debate e as políticas educativas globais –ainda que incipientes sobre a temática –interagiam, reforçavam ou contradiziam as distintas práticas, representações e dizeres que tomam as mobilidades e seus sujeitos por objeto de regulação e conhecimento. Buscamos observar os discursos que mobilizam, para fundamentalmente entender como se articulam ao paradigma da migração como um problema a combater-se –e não como um dado constitutivo do mundo. Como estratégia metodológica, optamos pela análise de um conjunto recente de documentos orientadores de políticas educativas de alcance global que tratassem de imigração e refúgio, de autoria de organismos internacionais das Nações Unidas. Neste conjunto,destacamosdois aspectos centrais para reflexão: de maneira mais ampla o tratamento dadoaos sujeitos individuais e coletivos das mobilidades, e um segundo eixo focado especificamente na maneira como se constrói e se reforça a “figura da vítima”, bem como suas implicações, tensões e ambiguidades.