En el presente trabajo se pretende analizar un fenómeno histórico que, a pesar de su relativa distancia temporal, se ofrece esquivamente a su tratamiento científico, a saber, el de las Ligas Agrarias Correntinas (las LAC). Creadas a principios de 1972 por un grupo de productores tabacaleros autodefinidos como campesinos, las LAC han adquirido, a lo largo de la lucha de esos agentes, una existencia histórica objetivada (material y discursiva) e incorporada, que necesita ser desmontada al momento de plantearse su construcción como “objeto científico”. Precisamente, a esta labor está dedicado este artículo, en el que se busca avanzar en la comprensión del proceso formativo del sujeto colectivo liguista correntino, concebido en los términos de un campesinado en representación. Para ello, se propone una aproximación a partir de datos estadísticos que permiten revelar la heterogeneidad inherente al sujeto colectivo de las LAC y las consecuencias que supone su aprehensión como expresión política de una ‘clase en sí’. Asimismo, a partir de algunos documentos de la organización, fuentes hemerográficas y entrevistas a ex militantes liguistas, se busca reconstruir analíticamente algunos sentidos de las clasificaciones nativas que han estado en juego en la creación de las LAC.
This article aims to analyze a historical phenomenon which is elusively offered to its scientific treatment despite its relative temporal distance, namely the Correntinian Agrarian Leagues (CAL). Created at the beginning of 1972 by a group of tobacco producers self-defined as peasants, CAL have acquired throughout the struggle of these agents an objectified (material and discursive) and incorporated historical existence, which needs to be dismantled when we consider its construction as a "scientific object".
Precisely, this article brings insights into the formative process of the correntinian collective subject of the leagues, conceived as a peasantry in representation. To this end, an approach based on statistical data is proposed to reveal the heterogeneity which is inherent to the collective subject of CAL and the consequences of their apprehension as a political expression of a 'class in itself'. Also, using some documents of the organization, newspapers and interviews to the former militants of the leagues, we tried to reconstruct analytically some senses of the native classifications that have been at stake in the creation of CAL.
No presente trabalho prentende-se analisar um fenômeno histórico que, apesar da distância temporal relativa, naõ é alvo frequente tratamento científico. Se trata das Ligas Agrárias Correntinas (LAC). Conformadas no início de 1972 por um grupo de produtores de tabaco definidos por si mesmos como os camponeses, as LAC adquiriram através da luta destes agentes, uma existência histórica incorporada e objetivada (tanto material quanto discursiva). Tal existência precisa ser analisada para poder construir apartir dela o "objeto científico" que será objeto da pesquisa. Precisamente, a essa tarefa é dedicado este artigo, que procura avançar na compreensão do processo de formação do sujeito coletivo “liguista” correntino, concebido em termos de um campesinato em representação. Para este fim, é proposta uma aproximação baseada em dados estatísticos que permite revelar a heterogeneidade do sujeito coletivo inerente as LAC, assimo como também as consequências resultantes da sua apreensão como uma expressão política da 'classe em si'. Além disso, a partir de alguns documentos da organização, fontes de jornais e entrevistas com ex-militantes liguistas, procura-se reconstruir analiticamente alguns dos sentidos das classificações nativas que fizeram parte da conformação das LAC.