Antonio José Ramírez Melgarejo
A fragilidade dos modelos de produção do Sul da Europa é uma consequência dos processos sócio-históricos que favoreceu a construção de um modelo flexível, subsidiário dos mercados internacionais. A sua inserção global é produzida como uma dependencia subsidiária de economias e modelos produtivos mais industrializados e poderosos. A desigualdade entre países europeus no desenvolvimento de modelos produtivos reflecte-se nas diferenças nos modos de inserção social através do trabalho assalariado. As diferenças entre modelos de produção estão a tornar-se novamente visíveis com as consequências da Covid19 que estão a afectar a clase trabalhadora de formas diferentes em cada país.
Neste sentido, a Europa do Sul especializou-se em modelos de produção de baixo valor acrescentado, mercados de trabalho ligados a sectores caracterizados por uma elevada sazonalidade, onde as estratégias de reprodução familiar têmum peso importante para a subsistência. A mina hipótese é que a crise sanitária aprofunda o fosso de desigualdade entre países, mastambém dentro de cada um deles. A paralisi aquase total da economia e da produção afectou as profissões laborais de forma diferente, emfunção da sua posição nasegmentação do mercado de trabalho. Os mais afectados são todos aqueles que ocupam os empregos mais precários e aqueles que procuram ganhar a vida à margem de um trabalho estável em termos salariais