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María Balarin, Clara Fontdevila Puig, Paola Marius, María Fernanda Rodríguez
Durante las últimas décadas, Perú ha experimentado un aumento extraordinario de las escuelas privadas de bajo coste (LFPSs). Si bien los debates globales sobre la calidad de esta modalidad escolar han cobrado relevancia, la investigación sobre las prácticas organizativas de las LFPS está comparativamente menos desarrollada. Este artículo se propone identificar y describir las prácticas de gestión, comerciales y organizativas de las LFPSs peruanas – a la vez que entenderlas en relación con las normas sociales y arreglos institucionales específicos a los contextos en que estas escuelas operan. El estudio se basa en una combinación de análisis documental, entrevistas con autoridades y decisores clave, y entrevistas con propietarios y directores de LFPSs. Los resultados de la investigación muestran que las especificidades del contexto soioeconómico, cultural y regulatorio en que operan las LFPSs han dado lugar a la consolidación de un modelo de subsistencia en que la voluntad de lucro tiene un peso limitado.
Este modelo se caracteriza también por la limitada formalización de las rutinas de gestión, la imposibilidad de generar economías de escala, y la dependencia de las relaciones de confianza interpersonales como forma de reducción de riesgos – en un contexto de baja burocratización y supervisión limitada. Sostenemos que, en vista del bajo rendimiento educativo del sector LFPS, lograr una mejor comprensión de sus prácticas operativas (y los incentivos a los que responden) es una tarea de especial relevancia, a la vez que un paso clave para diseñar políticas públicas eficaces.
Over the last decades, Peru has experienced an extraordinary rise of low-fee private schools (LFPSs). While global debates on the quality of this modality of schooling have been gaining currency, research on the organizational practices of LFPSs remains comparatively underdeveloped. This paper aims at identifying and describing the managerial, business and organizational practices exhibited by Peruvian LFPSs– and at understanding them in relation to the social norms and institutional arrangements specific to the context in which they operate. The study draws on a combination of archival analysis, interviews with decision-makers, and interviews with school owners and principals. The results of our research show that the specificities of the socioeconomic, cultural and regulative environments in which Peruvian LFPSs operate have led to the consolidation of a particular subsistence model of LFPS where profit-making appears to play a limited role. This model is also characterized by the low formalization of management routines, the impossibility to generate economies of scale, and the reliance on interpersonal trust as a means to reduce risk – in a context of low bureaucratization and limited regulatory oversight. We argue that, in view of the distinctly low achievement levels of Peruvian LFPSs, gaining a fine-grained understanding of their organizational practices (and the incentives they respond to) remains a relevant task, and a necessary step to devise effective policy strategies.
Nas últimas décadas, o Peru experimentou um aumento extraordinário nas escolas particulares de baixo custo (LFPSs). Embora os debates globais sobre a qualidade dessa modalidade escolar tenham ganhado relevância, pesquisas sobre as práticas organizacionais do LFPS são comparativamente menos desenvolvidas. Este artigo tem como objetivo identificar e descrever as práticas de gestão, comerciais e organizacionais dos LFPSs peruanos - enquanto as compreende em relação às normas sociais e arranjos institucionais específicos para os contextos em que essas escolas operam. O estudo é baseado em uma combinação de análise documental, entrevistas com autoridades e principais tomadores de decisão e entrevistas com proprietários e diretores de LFPSs. Os resultados da pesquisa mostram que as especificidades do contexto socioeconômico, cultural e regulatório em que os LFPSs operam resultaram na consolidação de um modelo de subsistência no qual a vontade de lucrar tem um peso limitado. Esse modelo também é caracterizado pela formalização limitada das rotinas de gestão, pela impossibilidade de gerar economias de escala e pela dependência das relações de confiança interpessoal como forma de redução de risco - em um contexto de baixa burocratização e supervisão limitada.
Mantemos que, tendo em vista o baixo desempenho educacional do setor de LFPS, alcançar uma melhor compreensão de suas práticas operacionais (e os incentivos a que respondem) é uma tarefa de especial relevância e um passo fundamental na elaboração de políticas públicas eficazes.
