Leonardo Affonso de Miranda Pereira
A partir de los últimos años del siglo XIX hasta las primeras décadas del siglo XX, los habitantes de Río de Janeiro fueron testigos de un fenómeno social nuevo: la proliferación, en cada barrio, de pequeños clubs de baile formados por trabajadores. Entre ellos destaca la Flor do Abacate, una sociedad recreativa fundada en 1906 por un grupo de hombres y mujeres negros. Más allá de un reclamo de africanidad, esta asociación promovía salones y desfiles en los que la herencia cultural africana fue mostrada en conjunto con otras lógicas culturales valoradas como modernas y cosmopolitas. Como consecuencia, la sociedad se constituyó en un modelo de sociedad recreativa que era al mismo tiempo negra y moderna, la cual sus miembros trataron de asociar a un perfil nacional. El objetivo de este artículo es analizar tanto la lógica que explica la organización de esta sociedad de baile como los desafíos que sus miembros enfrentaron para consolidarla.
Entre os últimos anos do século XIX e as primeiras décadas do século XX, os moradores do Rio de Janeiro testemunharam um novo fenômeno social: a proliferação, em todos os bairros, de pequenos clubes de dança formados por trabalhadores. Entre eles destaca-se o clube Flor do Abacate, uma sociedade recreativa fundada em por um grupo de homens e mulheres negras. Longe de reclamar qualquer identidade africana, esta associação promovia bailes e desfiles nos quais a herança cultural africana era mostrada em conjunto com outras lógicas culturais valorizadas como modernas e cosmopolitas. Como consequência, o clube constituiu-se como um modelo de sociedade recreativa que era simultaneamente negra e moderna, a qual seus membros buscaram associar a um perfil nacional. O objetivo deste artigo é analisar tanto a lógica que explica a organização deste clube dançante quanto os desafios que seus membros enfrentaram para consolidá-lo.
From the last years of the nineteenth century until the first decades of the twentieth, the inhabitants of Rio de Janeiro witnessed a new social phenomenon:
the proliferation, in every neighbourhood, of small dance clubs formed by workers.
Noteworthy among them was the Flor do Abacate, a recreational society founded in 1906 by a group of men and women of African descent. Far from making any claim to ‘being African’, this association promoted balls and parades in which African cultural heritage was shown in conjunction with other cultural logics valued as modern and cosmopolitan. As a consequence, it constituted a model of recreational society, black and modern at the same time, which its members tried to associate to a national profile. The objective of this article is to analyse both the logic that explains the organisation of this dance society and the challenges that its members faced in consolidating it.