Provincia de Talca, Chile
Hasta 1973, el poder vecinal en Chile vivió un proceso ascendente de organización y articulación social que se consagró en la Ley de Juntas de Vecinos de 1968. Este proceso histórico de constitución de poder vecinal se interrumpió bruscamente luego del golpe militar de 1973. El periodo post dictatorial no implicó una rearticulación del poder vecinal; por el contrario, se debilitó aún más la capacidad colectiva para discutir y modificar la agenda urbana neoliberal. Hoy, sin embargo, se insinúa un escenario propicio para una discusión pública en torno a lo vecinal y a su rol en la construcción de la democracia y el derecho a la ciudad. En este contexto, y analizando experiencias de reconfiguración de marcos de acción colectiva vecinal, el artículo propone que al ser el espacio vecinal una arena política clave en la producción de lo urbano, la reconstitución de su capacidad de incidencia puede contribuir a establecer nuevas formas de relación entre las políticas urbanas y los ciudadanos.
Up to 1973 the neighborhood power in Chile showed a growing process of social organization and articulation that was gathered in the Neighbors Board Act in 1968. This historic process of neighborhood empowerment was abruptly interrupted due to the coup d'état in 1973. The post-dictatorship era did not mean a re-articulation of the neighborhood power. Instead, the collective faculty to discuss and modify the neoliberal urban agenda was further undermined. Nonetheless, a scenario favorable to the public discussion about the neighborhood issues and their role in building the right to the city and democracy is nowadays evinced. In this context -and analyzing experiences of reshaping the frameworks for the neighborhood collective action- this article proposes that, as the neighborhood space is a key political arena for the production of the urban, reconstituting the neighborhood influencing power can contribute to institute new ways of relations between citizens and urban policies.
Até 1973, o poder vicinal no Chile viveu um processo crescente de organização e articulação social que foi consagrado na Lei de Juntas de Vizinhos de 1968. Esse processo histórico de constituição de poder vicinal acabou abruptamente depois do golpe militar de 1973. O período pós-ditatorial não implicou rearticulação do poder vicinal; pelo contrário, a capacidade coletiva para discutir e modificar a agenda urbana neoliberal enfraqueceu ainda mais. Hoje, porém, sugere-se um cenário propício para uma discussão pública em torno do vicinal e seu papel na construção da democracia e o direito à cidade. Nesse contexto, e analisando experiências de reconfiguração de quadros de ação coletiva vicinal, o artigo propõe que sendo o espaço vicinal uma arena política chave na produção do urbano, a reconstituição da sua capacidade de incidência pode contribuir para estabelecer novas formas de relação entre as políticas urbanas e os cidadçãos.