Vanina Belén Canavire
En un contexto de medicalización de la vida cotidiana y disciplinamiento de los cuerpos, se torna apremiante preguntarnos qué ocurre con las percepciones colectivas y las prácticas en salud, particularmente en las poblaciones latinoamericanas con culturas sanitarias ancestrales. En este marco, aquí proponemos el análisis de las representaciones sociales sobre los “itinerarios terapéuticos locales” desde la mirada disciplinar de la Comunicación Social, en tanto espacio simbólico donde se generan los procesos de producción y circulación de significaciones sociales. Para ello, ponemos a consideración tres argumentos. El primero presenta al subcampo de la Comunicación y Salud y las problemáticas que allí convergen. El segundo argumento refiere a la posibilidad de pensar los discursos en torno a los conocimientos terapéuticos tradicionales como parte del patrimonio cultural intangible de una población. El tercero plantea la necesidad de indagar en las formas particulares que adopta la articulación entre los saberes locales ancestrales y los saberes vinculados a prácticas terapéuticas funcionales a la globalización cultural. Concluimos en que el estudio de los discursos, narrativas y procesos de construcción social de la salud puede revelar uno de los tantos rostros mestizos que delinea la interacción entre lo local y lo global.
In a context of medicalization of daily life and the disciplining of bodies, it becomes urgent to ask what happens with collective perceptions and practices in health, particularly in Latin American populations with ancestral health cultures. In this framework, here we propose the analysis of social representations about "local therapeutic itineraries" from the disciplinary perspective of Social Communication, as a symbolic space where the processes of production and circulation of social meanings are generated. For this, we put three arguments into consideration. The first presents the subfield of Communication and Health and the problems that converge there. The second argument refers to the possibility of thinking about discourses around traditional therapeutic knowledge as part of the intangible cultural heritage of a population. The third raises the need to investigate particular forms that the articulation between ancestral local knowledge and knowledge linked to functional therapeutic practices to cultural globalization. We conclude that the study of discourses, narratives and processes of social construction of health, can reveal one of the many mestizo faces that delineates the interaction between the local and the global.
Em um contexto de medicalização do cotidiano e de disciplinamento dos corpos, torna-se urgente perguntar o que acontece com as percepções e práticas coletivas em saúde, particularmente nas populações latino-americanas com culturas ancestrais de saúde. Nesse contexto, aqui propomos a análise das representações sociais sobre "itinerários terapêuticos locais" a partir da perspectiva disciplinar da Comunicação Social, como um espaço simbólico onde são gerados os processos de produção e circulação de significados sociais. Para isso, colocamos três argumentos em consideração. A primeira apresenta o subcampo da Comunicação e da Saúde e os problemas que convergem lá. O segundo argumento refere-se à possibilidade de se pensar discursos sobre conhecimentos terapêuticos tradicionais, como parte do patrimônio cultural imaterial de uma população. O terceiro propõe a necessidade de investigar as formas particulares tomadas pela articulação entre o conhecimento local ancestral e o conhecimento vinculado às práticas terapêuticas funcionais à globalização cultural. Conclui-se que o estudo de discursos, narrativas e processos de construção social da saúde pode revelar uma das muitas faces mestiças que delineiam a interação entre o local e o global.