El presente artículo analiza la cuestión ambiental como un objeto y campo de disputas conformado por la confluencia de intereses y sentidos contradictorios, particularmente en torno a las causas que originan los problemas ecológicos. Se trata de un trabajo de reflexión analítica centrado en aspectos de orden teórico, por lo cual se utiliza una metodología cualitativa con énfasis en la revisión bibliográfica. Transcurrido más de medio siglo desde la emergencia de la problemática ambiental, los desafíos tendientes a minimizar el avance del deterioro ecológico se renuevan constantemente. Por lo tanto, la tesis principal del artículo es que las tensiones que surcan la cuestión ambiental forman parte de su conformación sociohistórica y sus expresiones contemporáneas. De esta manera, de un lado, se despliega un tipo de ambientalismo hegemónico, en el cual la crisis ecológica es reconocida y gestionada mediante un sólido entramado institucional (principalmente a través del sistema de Naciones Unidas) que propicia la instrumentalización de mecanismos económicos. Con ello, permanece en la penumbra que el deterioro de la naturaleza es causado por la lógica de mercado, que paradójicamente es el medio a través del cual buscan mitigarse los daños al entorno natural. Así, las iniciativas enverdecidas que surgen en el seno de la dominación capitalista no pueden más que continuar profundizando la crisis ambiental. Del otro lado, y de manera opuesta, la corriente ambiental crítica pone de manifiesto las contradicciones entre capital y naturaleza, y en consecuencia, evidencia las relaciones de poder y los componentes político-ideológicos implícitos en los vínculos entre sociedad y naturaleza. Para dicha perspectiva, los daños al entorno natural son parte del desenvolvimiento destructivo de la lógica del capital, que en su expansión subsume sus dos fuentes de riqueza: el trabajo y la naturaleza. En el interior de este amplio y diverso campo de pensamiento, destacamos la relevancia de la ecología política latinoamericana para comprender las especificidades, pero también las matrices comunes compartidas por las realidades socioambientales de la región. La construcción de un lugar de enunciación de lo latinoamericano conduce a visibilizar las experiencias de luchas contemporáneas ―pero también históricas― contra la mercantilización de la vida.
The article analyzes the issue of the environment as a controversial issue and field characterized by the convergence of contradictory interests and meanings, especially regarding the causes of ecological problems. As an exercise in analytical reflection focused on theoretical aspects, it employs a qualitative methodology that emphasizes bibliographic revision. Over fifty years after the emergence of environmental issues, the challenge of minimizing the progress of ecological degradation is still a pressing issue. In this sense, the main thesis of the article is that the tensions that characterize the environmental issue are part of its socio-historical formation and its contemporary expressions. On the one hand, we have a type of hegemonic environmentalism that acknowledges and manages the ecological crisis through a solid institutional network (mainly, the United Nations system), which fosters the instrumentalization of economic mechanisms. This conceals the fact that the degradation of nature, which is being combated using a market logic, is, paradoxically, the cause of damage to the natural environment. Thus, the green initiatives that arise in the heart of capitalist domination only end up aggravating the environmental crisis. On the other hand and contrary to the former, the critical environmental movement evinces the contradictions between capital and nature, and, consequently, reveals the power relations and the political-ideological components implicit in the links between society and nature. According to this perspective, damages to the natural environment are part of the destructive unfolding of the logic of capital, which, in expanding, subsumes its two sources of wealth: labor and nature. In the midst of this broad and diverse field of thought, we highlight the relevance of Latin American political ecology for understanding the specificities but also the common matrixes shared by the region's socio-environmental realities. The construction of a locus of enunciation of the Latin American leads to the visibilization of contemporary ―but also historical― experiences of struggle against the commodification of life.
Este artigo analisa a questão ambiental como um objeto e campo de disputas conformado pela confluência de interesses e sentidos contraditórios, em particular, sobre as causas que originam os problemas ecológicos. Trata-se de um trabalho de reflexão analítica focado em aspectos de ordem teórica, por essa razão se utiliza uma metodologia qualitativa com ênfase na revisão bibliográfica. Transcorrido mais de meio século desde a emergência da problemática ambiental, os desafios que tendem a minimizar o avanço do deterioro ecológico são renovados constantemente. Portanto, a tese principal deste artigo se refere a que as tensões que permeiam a questão ambiental fazem parte de sua conformação sócio-histórica e de suas expressões contemporâneas. Dessa maneira, de um lado, desenvolve-se um tipo de ambientalismo hegemônico, no qual a crise ecológica é reconhecida e gerida mediante uma sólida estrutura institucional (principalmente por meio do sistema de Nações Unidas) que propicia a instrumentação de mecanismos econômicos. Com isso, permanece na penumbra que a deterioração da natureza, que procura ser diminuída pela lógica do mercado, é paradoxalmente a causa que origina os danos ao ambiente natural. Assim, as iniciativas que surgem no seio da dominação capitalista não podem mais que continuar aprofundando a crise ambiental. Do outro lado, e de maneira oposta, a corrente ambiental crítica manifesta as contradições entre capital e natureza, e, em consequência, evidencia as relações de poder e os componentes político-ideológicos implícitos nos vínculos entre sociedade e natureza. Para essa perspectiva, os danos ao ambiente natural fazem parte do desenvolvimento destrutivo da lógica do capital, que, na sua expansão, subsomem suas duas fontes de riqueza: o trabalho e a natureza. No interior desse amplo e diverso campo de pensamento, destacamos a relevância da ecologia política latino-americana para compreender as especificidades, mas também as matrizes comuns compartilhadas pelas realidades socioambientais da região. A construção de um lugar de enunciação do latino-americano conduz a visibilizar as experiências de lutas contemporâneas — mas também históricas — contra a mercantilização da vida.