Marina Souza Lobo Guzzo
Pensar o corpo é pensar um paradoxo: ele é um lugar, um processo de disputa entre objetividade e subjetividade, sobre o humano e o não humano, sobre arte e ciência. Falar do corpo é falar desse grande paradoxo, em constante devir porque o corpo é um SENDO, que carrega nossa memória, nossos tempos (ou nosso tempo) e nossas sensibilidades. Definido como esse “carregador” de um processo permanente, cheio de memórias e sensibilidades, traz em sua existência a materialização de humanidades. Graças às tecnologias de comunicação, o corpo hoje pode estar em muitos lugares. O interior do corpo pode ser minuciosamente transparente e translúcido e, mais importante, visível em sua interioridade orgânica. Novas tecnologias médicas e científicas e objetos cada vez menores e mais eficazes são capazes de explorar esse espaço fluído, antes cheio de segredos. Ganho de complexidade: o corpo é pensado e atravessado por diferentes tecnologias. Ele tornou-se virtual.