Brasil
Nessa apresentação, propomos uma reflexão sobre a agência de objetos compreendidos como partícipes e produtos de redes heterogêneas. O que chamamos de objetos não apresenta uma ontologia diferente do que chamamos de pessoas - ambos resultam de processos de estabilização que atribuem intencionalidade aos humanos e instrumentalidade às coisas (Latour, 1994). Note-se que compreender a ação das coisas ou objetos não implica em propor uma espécie de animismo que atribua intencionalidade às coisas (Tirado, 2000), nem a negação de intencionalidade às pessoas. A ação é propriedade de um coletivo no qual alguns entes adquirem propriedades estáveis em determinadas circunstâncias nas quais agem. Incorporar a ação de entes aos quais não é conferida humanidade – os objetos - constitui desafio que, ao lado de outros autores, nos propomos a enfrentar a partir da análise de situações ocorridas em diferentes contextos: artístico (Gullar, 1966; Oiticcica, 1968), científico (Mol, A., 2000) e ecológico (Tirado et al, 2003).