Esse artigo analisa o uso da Internet por parte dos novos movimentos sociais para a construção de redes de ativistas, buscando compreender possíveis rupturas e continuidades em suas estratégias, considerando, para sua análise, o período desde o movimento de ―alterglobalização‖ dos anos 2000 até o movimento dos ―indignados‖ da década de 2010.
As organizações sociais estão descobrindo a Internet desde o final dos anos 1990, com o crescimento das redes em todo o mundo. O assim chamado movimento de ―alterglobalização‖ tomou forma no começo dos anos 2000, frequentemente posicionados à esquerda da iniciativa que move o Fórum Social Mundial, adotando novas estratégias e ações em manifestos contra o mundo globalizado dos mercados financeiros.
Os movimentos dos indignados apareceram nos anos 2010, como um reflexo da crise mundial na democracia representativa e suas instituições. Suas ações não acontecem em um único modelo organizativo, levando a uma incompreensão de suas práticas e demandas no que tange ao viés político tradicional. O uso de redes sociais por parte desses movimentos traz desafios em relação à privacidade e a liberdade de expressão, no que diz respeito a interesses de políticos e empresas.
As mudanças ocorridas nesse curto período de tempo salientam a necessidade de assumir a regulação da Internet e o acesso ao conhecimento como importantes áreas que transversalizam os ativismos nas novas tecnologias de informação e comunicação. Entender como esses movimentos estão construindo uma agenda contemporânea, baseada na apropriação de processos regulatórios, é um aspecto extremamente importante na presente pesquisa.
Com base nesse quadro, considera-se a necessidade de se assumir estratégias para lidar com a regulação das comunicações, da Internet e dos direitos humanos, em relação as quais as manifestações recentes dos indignados são parte do processo de evidenciar a insatisfação da sociedade e as formas de mobilização na sociedade contemporânea
This paper analyzes the use of Internet by new social movements, with the aim of activists networks building, seeking to understand possible ruptures and continuities in their strategies, taling into consideration, for its analysis, the period from the so called "alterglobalization" movement of the 2000s till the "outraged" movement to the late 2010.
Social organizations are discovering Internet since the late 1990, with the growth of networks around the world. The "alterglobalization" movement took shape in the beginning of 2000, often left-wing positioned to initiatives that moves the World Social Forum, adopting new strategies and actions in manifests against the globalized world of financial markets.
The "outraged" movement appeared in the 2010s, as a reflection of the global crisis in representative democracy and its institutions. Their actions do not happen in a single organisational model, leading to a misunderstanding of their practices and demands in relation to the traditional political way of action. The use of social networks by these movements brings challenges in relation to privacy and freedom of expression, in respect of political and businesses interests.
Changes in this short period of time stress the need to take over Internet regulation the and access to knowledge as important areas that cross activisms in the new information and communication technologies. Understanding how these movements are building a contemporary agenda, based on ownership of regulatory processes, is an extremely important aspect in this search.
Based on this framework, it is considered the need to take strategies to deal with communications, Internet and human rights regulation, for which the recent ―outraged‖ manifestations are part of the process of highlighting the societies dissatisfaction and the forms of mobilization in contemporary society