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José Ronaldo de Oliveira Marques
This article aims to investigate the concept of public space or Öffentlichkeit in Habermas, focusing on the analysis and criticism of the bourgeois politics which, according to the author, reorganized the model of power and economy in Western society, as well as the idea of advertising. Thus the development of this reflection is based on the very effort that Habermas made in his inaugural work on the public space in Structural Transformation of the Public Sphere (2003), developing a genealogy and a concept of public space that extended the idea of democracy.
Habermas also investigated the nature of bourgeois political public space that gained power and social ascension. The Habermasian analysis of the public sphere also concerns the political, social and economic changes that have drawn a new structure of society between the eighteenth and twentieth centuries, especially with the advent of the bourgeoisie.
Such structuring led to a new legal system of the public space with laws that ensured not only the circulation of goods, but also of ideas. In fact, the shift of power to the bourgeoisie also generated changes in the dissemination of other ideas. However, bourgeois advertising received biased nuances making the press a vehicle for mass manipulation. Starting from this reflection we will analyze the publicity as a promoter of a bourgeois ideology that received criticisms from the author. To speak about public space is also to speak about the role of the citizen of the state which, according to Kantian philosophy, is seen from the idea of public agreement, in Hegel with the public opinion. Besides, in Marx the role of the citizen is given by the political emancipation of the proletariat. The role of the citizen in the bourgeois model of space is fragmented, as he loses his communicative capacities as a consequence of state bureaucratization. This fragmented model is seen from the antagonistic relationship of "system" and "world of life", treating politics as bargaining power. Finally, an idea of a free and independent public sphere is central to deliberative democracy, whose principle is to protect the communicative capacities of the citizens in order to come to the idea of good arguments.
O presente artigo tem como finalidade investigar o conceito de espaço público ou Öffentlichkeit em Habermas, como principal foco a análise e a crítica da política burguesa que, segundo o autor, reordenou o modelo de poder e de economia na sociedade Ocidental, como também a ideia de publicidade. Assim o desenvolvimento desta reflexão se situa a partir do próprio esforço que Habermas fez na sua obra inaugural sobre o espaço público em Mudança Estrutural da Esfera Pública (2003), desenvolvendo uma genealogia e um conceito de espaço público que ampliou a ideia de democracia. Habermas investigou também a natureza do espaço público político burguês que conquistou poder e ascensão social. A análise habermasiana da esfera pública diz respeito, ainda as mudanças políticas, sociais e econômicas que desenharam uma nova estruturação da sociedade entre os séculos XVIII e XX, principalmente com o advento da burguesia. Tal estruturação levou a um novo ordenamento jurídico do espaço público com leis que garantiram não só a circulação de mercadorias, mas de ideias. Com efeito, o deslocamento do poder para a burguesia gerou também mudanças na divulgação de outras ideias. No entanto, a publicidade burguesa recebeu nuances tendenciosas fazendo da imprensa um veículo de manipulação das massas. Partindo desta reflexão analisaremos a publicidade como fomentadora de uma ideologia burguesa que recebeu críticas do autor. Falar de espaço público é falar também do papel do cidadão de estado que, de acordo com filosofia kantiana, é vista a partir da ideia de concordância pública, em Hegel com a opinião pública. Já em Marx o papel do cidadão se dá pela emancipação política do proletariado. O papel do cidadão no modelo de espaço burguês fica fragmentado, pois ele perde suas capacidades comunicativas como consequência da burocratização estatal. Este modelo fragmentado é visto a partir da relação antagônica de “sistema” e “mundo da vida”, tratando a política como poder de barganha. Por fim, uma ideia de esfera pública livre e independente é central para a democracia deliberativa que tem como princípio resguardar as capacidades comunicativas dos cidadãos com o intuito de chegar a ideia de bons argumentos.
