Este artículo discute las contradicciones que se han manifestado en el régimen de bienestar argentino bajo las presidencias de Néstor Kirchner y Cristina Fernández. En particular, se aborda el alcance de la expansión de la política social no contributiva, la cual apuntó a una universalización, a favor de sectores previamente excluidos, de un piso mínimo de protección social, sin lograr reducir la brecha con el sistema contributivo tradicional de la seguridad social. A través de un análisis de las etapas en las que se desarrolló esta experiencia política, se observa primero una recomposición de la relación asalariada, revestida de una retórica del “desarrollo con inclusión social”, que supuso una restauración del enfoque trabajo- céntrico a la integración social. Sin embargo, este proceso fue inconcluso debido, entre otras cosas, a un núcleo irreductible de informalidad laboral, reforzándose la fragmentación en múltiples sistemas de protección, públicos y privados, heredada de las décadas anteriores, según niveles de ingreso y modalidades de inserción laboral. La hipótesis que guía el trabajo es que estas contraindicaciones son fruto de un desfasaje entre las continuidades observables en el régimen de acumulación y el intento incompleto de recuperación de un modo de regulación con rasgos similares a la etapa de la industrialización y la génesis del Estado de bienestar argentino.
This article discusses the contradictions in the Argentine Welfare Regime, which have emerged under Presidents Néstor Kirchner and Cristina Fernández. In particular, it deals with the scope of the expansion in non-contributory social policy, which aimed at the universalization of a minimum social protection floor for the previously excluded sectors, but failed to narrow the gap with the traditional contributory social security system. Through an analysis of the phases in which this political experience unfolded, we observe at first a reconstruction of the wage relationship, imbued with the rhetoric of “development with social inclusion”, which led to a reinstatement of a labor-centric approach to social integration. However, this process was incomplete because -among other things- the existence of an irreducible nucleus of labor informality, which reinforced the fragmentation of social protection, inherited from previous decades into multiple systems -public and private- according to income and employment status.
Hence the hypothesis that guides this essay is that these contradictions are the result of a mismatch between the observable continuities in the regime of accumulation and the incomplete attempt to reestablish a mode of regulation with similar features that those existing at the time of the industrialization period and the genesis of the Argentine Welfare State.
Este artigo discute as contradições que surgiram no regime de bem-estar da Argentina no período dos presidentes Néstor Kirchner e Cristina Fernández. Sobre tudo, aborda o âmbito da expansão da política social não contributiva, que apontou para uma universalização de um piso mínimo de proteção social para os setores anteriormente excluídos, mas foi incapaz de diminuir a diferença com o sistema contributivo tradicional da seguridade social. Através de uma análise das etapas em que esta experiência política se desenvolveu, se observa a recomposição da relação salarial, revestida com uma retórica de "desenvolvimento com inclusão social", o que levou a uma restauração do enfoque trabalho-céntricoà integração social. No entanto, este processo não foi completado porque, entre outras coisas, permaneceu um núcleo irredutível de informalidade laboral, emergindo novamente uma fragmentação em vários sistemas de proteção, públicos e privados, herdados das décadas anteriores, conforme aos níveis de renda e à inserção laboral. A hipótese principal do trabalho é que essas contradições são o resultado de um desacordo entre as continuidades observáveis no regime de acumulação e a tentativa incompleta para recuperar um modo de regulação com características semelhantes à fase de industrialização e da gênese do estado de bem-estar argentino.