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Guilherme Castelo Branco
No é de hoje que vivemos numa tensão constante e repleta de movimentos pendulares entre experiencias democráticas e antidemocráticas, tanto no Brasil como em toda a América Latina. No Cone Sul, desde o século XIX, os movimentos de independencia e os interesses de certos segmentos sociais das elite que defenderam um modelo oligárquico de democracia foram quase sincrônicos. A partir do final do siglo XIX vimos dobrarem-se uma sobre a outra -com um alicerce político político bastante frágil e precario- duas formas de exercício democrático: as baseadas nas oligarquias ou por medio de estruturas socioeconômicas competitivas. A iminência do retorno à extrema desigualdade social no século XXI, no Conoe Sul, sem embargo, não parece ser un fato consumado. Na América do Sul, muitos movimentos mostraram sua potência na luta agonística, particularmente nos movimentos populares integrados por habitantes de favelas e bairros pobres, com um rosto renovado: movimentos de raça, de gênero, ecológicos, entre outros, enfin, numerosas propostas políticas. Deste modo, os movimentos populares e os partidos políticos democráticos se fortaleceram no combate com o capitalismo colonial e neo-selvagem que busca ocupar um espaço crescente no continente sul americano.
Since immemorial times, we live in a constant tension in Brazil and in the whole Latin America, between democratic and anti-democratic experiences. In the Southern Cone, the movements of independence and the yearnings of certain elite social segments that defended a oligarchic model of democracy, beginning in the nineteenth century, were almost synchronous.
From the end of the nineteenth century we saw two forms of democratic exercise, based on the oligarchies being in the competitive socioeconomic structures, with very fragile and precarious political foundations. The imminent return to the extreme social inequality in the 21st century in South America, however, does not seem to be a fait accompli. Many movements have proved to be powerful in the agonistic struggle, led by slum dwellers and miserable neighborhood residents: popular movements with new faces, like movements of race, gender, ecology, and, at last, a large number of political proposals. Popular movements and democratic political parties have strengthened in the fight against colonial and neo-selvagem capitalism that seeks to occupy growing space in the South American continent.
