El año 2016, en Brasil se puso en discusión un intenso debate sobre la Base Nacional Común Curricular (BNCC) para la enseñanza de historia. Los debates se centraron, sobre todo, en las narrativas que deberían o no formar parte del documento, ya que su primera versión trató de romper con décadas de una enseñanza de historia basada en el eurocentrismo y de poner en relieve las historias de Brasil, de África, de los afrodescendientes, de los latinoamericanos y de los pueblos indígenas. Esta investigación se centró en las tres versiones de la BNCC puestas a disposición por el Ministerio de Educación y sobre las guerras de narrativas en el ámbito de la historia y de la enseñanza de historia. A partir de un enfoque que se sitúa entre las teorías de la historia y la enseñanza de historia, este artículo problematiza esta base, teniendo como eje la cuestión de las identidades y las temporalidades. A partir de un diálogo teórico con pensadores como Hayden White y de la noción de pasado práctico, entre otros que permiten pensar en los procesos de narrativización del pasado, así como de un diálogo en el ámbito de la enseñanza de historia, mostramos como las dos versiones posteriores a la primera representan un regreso a una vieja historia continua, europea y desconectada de las demandas sociales e identitarias del tiempo presente.
The year 2016, in Brazil, was marked by an intensive discussion about the National Common Curricular Basis (BNCC) for history teaching. Above all, the debate focused on the narratives that should or should not be in the document, since the first version attempted to both break away from decades of Eurocentric history teaching and highlight the histories of Brazil, Africa, African descendants, Latin-Americans and Indigenous people. This investigation has approached the three versions of BNCC made available by the Ministry of Education as well as the competition of narratives in the fields of history and history teaching. From an approach situated between history and history teaching theories, this paper problematizes the basis by regarding the issue of identities and temporalities. In a theoretical dialogue with thinkers like Hayden White and the notion of practical past, among others that have enabled us to think about the processes of narrativization of the past, as well as in a dialogue with the field of history teaching, we have shown how both versions that followed the first one represent the return of an old continuing history, one that is European and disconnected from the social and identitary demands of the present time.
O ano de 2016, no Brasil, foi marcado por uma intensa discussão em torno da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de história. Os debates giraram em torno, sobretudo, das narrativas que deveriam ou não se fazer presentes no documento, uma vez que a primeira versão da BNCC procurou romper com décadas de um ensino eurocêntrico de história e promover o destaque para as histórias do Brasil, da África, dos afrodescendentes, dos latino-americanos e dos povos indígenas. Esta investigação debruçou-se sobre as três versões da BNCC disponibilizadas pelo Ministério da Educação e sobre as guerras de narrativas no interior do campo da história e do ensino de história. Em uma abordagem que se situa entre teorias da história e do ensino de história, este artigo apresenta problematizações a essa base, tendo como eixo a questão das identidades e das temporalidades. A partir de um diálogo teórico com pensadores como Hayden White e da noção de passado prático, entre outros que permitem pensar os processos de narrativização do passado, bem como num diálogo com o campo do ensino de história, demonstramos como as duas versões que se seguiram à primeira representam um retorno a uma velha história contínua, europeia e desconectada das demandas sociais e identitárias do tempo presente.